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29 DE MAIO A 11 DE JUNHO DE 2017 | CARTA DA INDÚSTRIA
G
GERAL
REFORMA DA PREVIDÊNCIA É NECESSÁRIA PARA EFETIVIDADE
DA PEC QUE IMPÕE TETO AOS GASTOS PÚBLICOS
Previdência em números
A despesa da
previdência rural é
14X
é a soma dos déficits
do Regime Geral de
Previdência Social (RGPS)
e do Regime Próprio
de Previdência Social
(RPPS), desde 2001
R$ 2,47 tri
maior que a receita
Em 2015, o Rombo do RPPS Federal que
atende a menos de 1 milhão de pessoas foi
maior que todos os
orçamentos abaixo, somados:
50%
maior
Em 2016, o déficit da
previdência (RGPS +
RPPS total) foi de
r$ 305
bilhões
SEGURANÇA PÚBLICA
HABITAÇÃO
SANEAMENTO
CIÊNCIA E TECNOLOGIA
COMUNICAÇÕES
ENERGIA
TRANSPORTE
DESPORTO E LAZER
CULTURA
INDÚSTRIA
ORGANIZAÇÃO AGRÁRIA
COMÉRCIO E SERVIÇOS
GESTÃO AMBIENTAL
BOLSA FAMÍLIA
Fonte: Opus Gestão de Recursos
A aprovação da PEC 241, que
impõe teto aos gastos públicos,
representou um avanço importante
para o processo de retomada da
confiança no país. Contudo, sua
viabilidade depende da adoção de
outras medidas estruturais, como
a reforma da Previdência. É o que
defendeu José Márcio Camargo,
economista da Opus Gestão de
Recursos, em reunião do Conselho
Empresarial de Economia do
Sistema FIRJAN.
De acordo com ele, os gastos com
o pagamento de aposentadorias já
são equivalentes a 13% do Produto
Interno Bruto (PIB), e, se as regras
atuais não forem alteradas, nos
próximos anos o país verá essas
despesas implodirem o teto
estabelecido pela PEC. “Nesse
caso, devemos esperar que o
mercado volte a se movimentar
negativamente, com retorno da
recessão e aumento dos juros”,
alertou Camargo, que também é
professor da Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).
AJUSTES NECESSÁRIOS
Camargo ressalta que a reforma fará
ajustes no sistema previdenciário
para torná-lo mais justo, reduzindo
as diferenças entre as aposentadorias
pública e privada. Nos últimos 15
anos, as transferências feitas pela
União para a Previdência do setor
público foram de R$ 1,3 bilhão.
O economista explica que uma das
principais razões para a reforma é a
mudança na demografia brasileira,
que aponta para um envelhecimento
da população. Segundo ele, a atual
proporção de 11,5% de idosos
em relação às pessoas em idade
economicamente ativa saltará para
44,4% até 2060: “Hoje o Brasil é
um país jovem, mas no futuro a
tendência é que sejamos uma nação
de idosos. O gasto da Previdência
está aumentando mais rapidamente
do que sua receita”.
Ele esclareceu, ainda, que o cálculo
para idade limite de aposentadoria,
que na proposta da reforma é de
62 anos para mulheres e 65 para
homens, leva em conta a taxa
de sobrevida de idosos, e não a
expectativa de vida do brasileiro.
José Mascarenhas, presidente do
Conselho Empresarial de Economia
do Sistema FIRJAN, destaca a
importância da reforma para que o
país consiga recuperar a confiança
de investidores, para fomentar
negócios e a recuperação do
crescimento econômico.
“O tema da Previdência vem sendo
encarado de forma corajosa pelo
governo. O sistema é debatido
há muitos anos, mas não foram
implantadas as mudanças
necessárias. Se não modificarmos
o padrão da gestão de nossa
economia neste momento, iremos
agravar o quadro atual”, afirmou.
A reunião do Conselho de Economia
aconteceu em 11 de maio, na sede
da FIRJAN.