IFDM 2018

23 SISTEMA FIRJAN • IFDM • 2016 CONCLUSÃO E SUGESTÃO DE POLÍTICAS Nos últimos anos, o país foi fortemente impactado pela crise econômica, com reflexos ime- diatos sobre o mercado de trabalho e a renda dos brasileiros. Os resultados do IFDM são elo- quentes nesse sentido ao mostrarem que o desenvolvimento dos municípios brasileiros regre- diu três anos no tempo. A principal questão posta nesse momento é a velocidade com que os municípios vão recuperar a condição que possuíam antes da crise. Essa resposta dependerá, sobretudo, das políticas macroeconômicas a serem implementadas, que influenciam direta- mente na recuperação da confiança dos empresários e empregados e, consequentemente, na geração de emprego e renda. Nesse sentido, o equilíbrio fiscal é importante não só para o reestabelecimento do equilíbrio macroeconômico, como também para a manutenção dos recursos que são direcionados para as políticas públicas municipais. Ou seja, a aprovação das reformas previdenciária e tributária é condição necessária para recuperação do desenvolvi- mento dos municípios. Os dados mostraram que a crise econômica também impactou os indicadores de Educação e Saúde , cuja evolução foi a menor dos últimos 10 anos. Assim, o país seguiu distante das metas de desenvolvimento estabelecidas, e algumas dessas metas só deverão ser alcançadas em quase 20 anos. Por exemplo, a universalização da cobertura adequada do pré-natal só será atingida em 2029, caso seja mantido o crescimento observado no último triênio, ao passo que a meta de atendimento da educação infantil só será alcançada em 2035. Ou seja, ainda há uma enorme distância a ser percorrida para o pleno desenvolvimento dos municípios bra- sileiros. Sem dúvidas, essas são questões a serem enfrentadas pelos próximos governantes que serão eleitos em 2018. Outro ponto que chamou a atenção na análise do IFDM foi a disparidade regional, que pouco se alterou na última década. No IFDM Educação , as regiões Norte e Nordeste são responsá- veis por 98,7% dos municípios do país com níveis mais baixos de desenvolvimento. No IFDM Saúde o resultado é semelhante, as regiões Norte e Nordeste respondem por 83% dos muni- cípios com desenvolvimento baixo ou moderado. De fato, essas regiões seguem distantes do nível de desenvolvimento observado no Sul e no Sudeste e estão ainda mais longes das metas de desenvolvimento estipuladas para os municípios. Os números deixam bem claro que o problema não é a falta de recursos, uma vez que boa parte dos recursos direcionados para Educação e Saúde levam em conta o número de pes- soas atendidas nessas áreas. Ou seja, a principal barreira para o desenvolvimento dos muni- cípios é a gestão mais eficiente dos recursos. Dessa forma, acelerar o desenvolvimento no interior do país passa por uma política ampla de capacitação e aprimoramento dos gestores públicos, sobretudo, nas regiões menos desenvolvidas.

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