Charles
Siqueira
Curador de Artes
Plásticas
Ao ser convidado para a curadoria de Artes Plásticas
no X-Tudo, pensei além de escolher artistas para
exporem - individualmente - na mesma galeria,em
desenvolver um trabalho “entre fronteiras”: estética?
arte? ação social? Não busquei respostas, só a
mistura e disso surgiu o X-Tralha onde não há
produção individual, mas a junção de criatividades
numa só obra.
Como o Rio cosmopolita, coletivo e em eterna
transformação, X-Tralha usa a arte e a beleza
para sensibilizar e corresponsabilizar as pessoas
no trato com seus espaços: sejam eles internos
(reflexões), sociais (comportamentos, atitudes) ou
geográficos (resíduo é problema comum a todos).
Parte de uma hipótese, que o Coletivo Galera testa
na comunidade do morro dos Prazeres:” lugares
bonitos e bem cuidados despertam em seus
moradores/passantes um comportamento de igual
reverência”.Essa “pedagogia-Metrô” materializa
conceitos como consciência, colaboração,
responsabilidades, etc. (muitas vezes abstratos
demais para a percepção popular) para dali abrir
caminho para uma possível (re) educação.
Já disseram que fazer arte é comunicar-se com
seu mundo. X-Tralha: o Rio recriado a partir daquilo
que não queremos mais é uma alegoria dessa
cidade e seu equilíbrio delicado entre decadência,
desordem, sujeira, alegria, gozo e prazer. Um lugar
que ninguém quer abandonar e muitos sonham em
poder chegar. Não à toa esse trabalho é concebido
por “estrangeiros”: pensado por um pernambucano
(que nem artista plástico é); elaborado por uma
chilena “aclimatada” e desenvolvido por artistas
vindos das favelas - aquelas ilhas isoladas que
novas placas tectônicas da esperança têm trazido
de volta ao continente. Juntos apresentam seu
“crachá de carioca”: a capacidade de incluir e dar
valor (até ao que “não presta”); um jeito de viver
juntos que a leveza do espírito do Rio é capaz de
promover.
Charles Siqueira, ativista cultural em comunidades
do Rio de Janeiro.
Ivan
Ramos
Curador de
Cultura Digital
O conceito de cultura digital parte da ideia de que a
revolução das tecnologias digitais é capaz de mudar
comportamentos. Sendo assim, num cenário em
que o uso de novas ferramentas e tecnologias
influencia a busca, a pesquisa e a experimentação
de novas linguagens artísticas, o Festival SESI
Cultura Digital nasce como um espaço de troca e
apresentação do que vem sendo produzido nesse
campo através de artistas do Brasil e do mundo.
O projeto ganhou vida, em 2012, quando foi
vencedor em 1º lugar do Programa (+) Ideias, uma
iniciativa do SISTEMA FIRJAN, sob a coordenação
da Diretoria de Inovação e Meio Ambiente, criado
para incentivar a geração espontânea de ideia pelos
funcionários, reconhecendo, recompensando e
incorporando aquelas com potencial de inovação.
Desde então, o projeto passou a ser coordenado
e desenvolvido pela Gerência de Cultura e Arte
do SESI e sua primeira edição vai acontecer em
julho desse ano, como parte da programação do
X-TUDO Cultural SESI.
Um dos principais objetivos do Festival é se
consolidar como uma plataforma ,não apenas para
a fruição,mas tambémparaa reflexãosobreacultura
digital como mediadora do compartilhamento do
conhecimento e da democratização do acesso
à informação, suas conexões profundas com a
indústria criativa e a capacidade de fomentar a
produção cultural no Estado do Rio de Janeiro,
criando inclusive novas formas de arte.
Partindo dessa perspectiva, esta primeira edição
do Festival SESI Cultura Digital trará uma série de
performances audiovisuais no Teatro SESI _Centro,
palestras e workshops no SENAI_ Maracanã,
abordando diversos temas: “videomapping”,
poesia sonora, hardware e software livre, direito
autoral, interfaces inovadoras, design de interação,
“concept arT”, arte em 3D e muito mais.
Maria Lucia Telles, Diretora
Regional do SENAI-RJ e
Diretora Superintendente
do SESI-RJ e Ivan
Ramos na premiação do
Programa (+)Ideias.
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