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PÁG. 8

21 DE MARÇO A 3 DE ABRIL DE 2016 | CARTA DA INDÚSTRIA

A aprovação no Senado Federal

do projeto de lei que desobriga a

Petrobras a ser operadora única

na exploração do pré-sal abre

perspectivas positivas para o setor

petrolífero. Um estudo do Sistema

FIRJAN aponta que o fim da

obrigação que prevê participação

mínima de 30% da empresa nos

consórcios para exploração do pré-

sal pode viabilizar investimentos da

ordem de US$ 420 bilhões até

2030 no país.

Segundo a nota técnica “O

Potencial Socioeconômico e

de Investimento do Pré-Sal”, as

participações governamentais

gerariam ainda um retorno de

US$ 390 bilhões, por meio de

royalties

, bônus de assinatura e

comercialização do óleo excedente

para a União. Como parte do

montante é destinada ao Fundo

Social, a alteração na lei promove

o desenvolvimento do país ao

destravar os recursos aplicados em

educação e saúde.

A nova legislação, que será

discutida em uma Comissão

Especial na Câmara dos Deputados,

também traria ganhos relativos à

operação nos campos. Os lucros

obtidos pelas empresas produtoras

fomentaria a geração de emprego e

renda para toda a cadeia produtiva

offshore

, responsável por 400 mil

empregos diretos e indiretos.

“O projeto é uma sinalização muito

positiva para a indústria porque, no

cenário atual, permite a retomada

dos leilões de exploração dessas

áreas. Isso atrairá investimentos

para o país e movimentará a

economia”, explicou Karine

Fragoso, gerente de Petróleo, Gás e

Naval da Federação.

De acordo com o estudo, a

regra do operador único não

dinamiza o mercado, o que implica

a perda de investimentos e da

arrecadação do governo. Além

disso, representa uma barreira

tanto para o desenvolvimento do

pré-sal, quanto para o progresso

tecnológico demandado para

sua exploração.

“Se aprovada, atrairá outras grandes

companhias multinacionais com

capacidade de investir em campos,

que têm um alto custo. Isso

permitirá o acesso aos recursos

e dará energia ao mercado de

produtos e serviços no Brasil, que

está preparado para essa demanda”,

defendeu Alejandro Duran, diretor

da Schlumberger.

Para Paulo Martins, vice-presidente

de Comercial e Marketing da Subsea

7, é necessário que a legislação

se adeque à nova realidade da

indústria global de petróleo para

gerar ganhos econômicos no

país. “Limitar a exploração é impor

uma redução na velocidade de

nosso desenvolvimento, além de

correr o risco do surgimento de

novas alternativas energéticas mais

competitivas”, argumentou.

FIM DO OPERADOR ÚNICO

A FIRJAN se posiciona a favor do

fim da obrigação do operador

único. A medida amplia a

possibilidade de realização de

leilões, permitindo aumentar os

investimentos estrangeiros no país

e distribuir a riqueza do pré-sal

para a população brasileira,

também por meio da criação

de empregos associados a

esse mercado. A Federação

trabalha por um mercado mais

competitivo, que traga benefícios

para o desenvolvimento nacional,

reduzindo a vulnerabilidade de

nossa economia.

MUDANÇA NA LEGISLAÇÃO PODE VIABILIZAR ATRAÇÃO DE

US$ 420 BILHÕES EM INVESTIMENTOS PARA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO

Plataforma instalada em área do pré-sal na Bacia de Santos: fim da obrigação do

operador único traria ganhos para toda a cadeia produtiva de petróleo e gás

Divulgação/Petrobras

E

ESPECIAL