Carta da Indústria 757

47 CARTA DA INDÚSTRIA www.firjan.com.br Marco Maciel, economista-chefe da Bloomberg Foto: Divulgação/Bloomberg possibilidade de cair para 6,5% no primei- ro trimestre. Um cenário como esse atra- palharia essa possível redução dos juros ou sua manutenção em 7%, além de pre- judicar as decisões de investimentos dos empresários. CI – No Brasil, mesmo com um cenário mundial adverso, será possível vislum- brar a retomada do crescimento? Marco Maciel – O início de 2018 é ain- da um período de menor instabilidade, tanto no âmbito externo quanto interno. Então, sim, haverá retomada do cresci- mento, já que a taxa de juros estará em 7% ou até mesmo em 6,5%. A economia continuará registrando balanços positi- vos. É, no entanto, a partir do segundo trimestre que o cenário começa a mudar, devido à concretização da nova política norte-americana para 2019, no âmbi- to externo, e das eleições brasileiras, do ponto de vista interno. CI – Acha possível a aprovação da re- forma da Previdência ou, quem sabe, uma tributária? Marco Maciel – Eu acho qualquer refor- ma para o ano que vem difícil. Há chan- ces de a reforma da Previdência não ser votada ainda em 2017. Ela deve ser con- templada, mais provavelmente, em mar- ço. Porém, por ser ano de eleição, haverá certo receio em tomar medidas mais im- pactantes como essa, o que pode preju- dicar a aprovação da reforma. Portanto, também não contaria com uma reforma tributária completa, mas talvez com me- didas de eficiência tributária, como altera- ções no PIS/COFINS, que ajudariamame- lhorar o fluxo de caixa e o acesso a crédito tributário. Isso é uma forma de estimular a economia mais rapidamente, então pode ser que seja concretizado. Já o ICMS é um poucomais complicado, pois depende de negociações com os estados, que estão mais endividados que o governo federal.

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