Carta da Indústria 762

ANO XIX | 762 | JUNHO | 2018 Sistema FIRJAN 8 ENTREVISTA investimento tendo o lucro como primei- ro objetivo. Essa não é a realidade de um processo de inovação. Você talvez ino- ve e descubra que isso não será capaz de gerar lucro, mas pode lhe levar a uma nova direção. Inovar é como ummúsculo que você tem que usar. Não garante que você esteja no caminho certo 100% do tempo, mas, se você praticar, não per- mite que o músculo fique fraco. E você acabará por entregar produtos, itens ou processos lucrativos. CI: Como identificar riscos e oportu- nidades ou ao menos equilibrar essa equação? Daniel McQuade: Inovar atualmente deve ser como um processo lean (me- todologia de produção enxuta), porque você não vai gastar com um trabalha- dor para que ele falhe. O processo lean é adotado hoje em dia pela maior parte das jovens empresas inovadoras e pelas antigas também. Elas conhecem o seu mercado, o segmento que querem atin- gir e levam esse contexto para dentro da companhia. Esse processo é a chave para reduzir os riscos financeiros, aumentar a velocidade do processo de desenvol- vimento e o potencial de sucesso. Mas isso não significa garantia de que você vai alcançar o sucesso. O risco é inerente a qualquer atividade. CI: Como a indústria fluminense pode se posicionar com relação aos investi- mentos em inovação, considerando a crise econômica e a necessidade de re- torno também no curto prazo? Daniel McQuade: O Brasil não é o pri- meiro país a entrar em crise econômi- ca. Em 2008, quando os Estados Unidos entraram em crise, o governo brasileiro estava muito forte, passando excelen- tes momentos durante a crise global en- quanto os EUA enfrentavam tempos terrí- veis. Nós professamos que esses tempos de disruptura também são de oportuni- dade. O que se observa no Brasil é que algumas companhias estão procurando avançar nessa direção, enquanto muitas outras estão recuando. Diante dessa si- tuação, o que podemos fazer de diferen- te? A hora que podemos mudar é agora. Entendo a situação, mas também penso que você pode imaginar como estará a situação futuramente, porque o proces- so de inovação que você está trabalhan- do neste momento não será visto hoje, e sim em 18 meses, dois anos, três anos. Porém, omais importanteétrazerocliente ou o consumidor para o centro do de- senvolvimento. CI: O setor de petróleo e gás é um dos mais fortes do estado do Rio. Para se destacar globalmente, quais os caminhos a serem trilhados pelos empresários? Daniel McQuade: Quando olhamos o setor de óleo e gás, precisamos enxergar o futuro e ver como ele está mudando. “ A próxima fase de crescimento em todos os países será de pequenas e médias empresas” Foto: Paula Johas

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