CAPA
MATÉRIA DE
POR UMA INDÚSTRIA PETROLÍFERA
SUSTENTÁVEL NO PRÉ-SAL
O Produto Interno Bruto (PIB) do
setor de Petróleo e Gás saltou
de pouco mais de R$ 50 bilhões
em 1990 para cerca de R$ 440
bilhões em 2010. Nesse período, a
participação relativa do segmento no
PIB nacional passou de 3% para 12%.
Os números estão no documento “A
contribuição do setor brasileiro de
petróleo, gás e biocombustíveis para o
desenvolvimento sustentável no país”,
apresentado pelo Instituto Brasileiro
de Petróleo, Gás e Biocombustíveis
(
IBP), na Conferência Rio+20.
Soma-se à relevância desses dados o
potencial de crescimento a partir das
descobertas na camada pré-sal, com
o cenário de uma indústria fortalecida.
Diante dessa realidade, a natureza
da atividade petrolífera pressupõe
uma preocupação maior com o
meio ambiente, afinal as distâncias
e profundidades atingidas são cada
vez mais desafiadoras. Trata-se de
jazidas a até sete mil metros mar
abaixo e a cerca de 300 quilômetros
(
Km) da costa. Como garantir, nessas
condições, a sustentabilidade do
setor, evitando ao máximo os efeitos
nocivos de possíveis acidentes?
De acordo com dados da Associação
Internacional dos Produtores de Óleo
&
Gás (OGP, na sigla em inglês), a
indústria brasileira derramou uma
média de meia tonelada de petróleo
e derivados no meio ambiente, longe
das 9,3 toneladas derramadas em
âmbito global – a conta é relativa à
produção média de hidrocarbonetos
entre 2006 e 2010. No entanto,
mesmo sendo uma estatística positiva,
o valor mostra que não existe risco
zero. “Procura-se atingir o nível
máximo de previsibilidade, a fim de
evitar acidentes. Mas nem tudo se
pode prever”, afirma o presidente do
Conselho Empresarial de Energia do
Sistema FIRJAN, Armando Guedes.
Para Guedes, as empresas do setor
investem bastante nessa linha e todas
têm esse tipo de procedimento em
Camadas de exploração de petróleo
Com informações da Petrobras
3.000
m
4.000
m
5.000
m
6.000
m
7.000
m
7.000
m
2007
BaciadeSantos (Lula)
Lula
1.000
m
2.000
m
Camada Pré-Sal
Por suas características geológicas,
marca o início de um novo modelo exploratório,
com tecnologia mais resistente à corrosão,
altas temperaturas e pressão.
Camada de Sal
Camada irregular cuja espessura
vai de 1.000 a 2.000 metros.
Camada Pós-Sal
Abriga a maioria das
reservas do Brasil.
SISTEMA FIRJAN
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SETEMBRO de 2012 | CARTA DA INDÚSTRIA