entre as companhias envolvidas no
desenvolvimento desta tecnologia
está a Petrobras. A cooperação entre
os
players
domercado é mais uma
ferramenta de segurança, indica
Mendes: “Todos estão apostando
em superar os desafios tecnológicos,
com procedimentos rigorosos de
exploração e desenho de poço, tendo,
inclusive, o cuidado de que omesmo
seu DNA. Ele diz que tal pensamento
se aplica claramente ao pré-sal,
porque há situações que ainda não
são conhecidas. “Nenhum lugar do
mundo tem reservatórios parecidos,
mas só a experiência é que vai mostrar
efetivamente como se lidar com eles.”
DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO
Essa complexidade traz à tona a
necessidade de desenvolvimento
tecnológico intenso, levando a crer
que esse pode ser o caminho para
minimizar os riscos de vazamentos
decorrentes de acidentes no pré-
sal. Para a diretora de Inovação e
Meio Ambiente do Sistema FIRJAN,
Marilene Carvalho, vai ser necessário
transpor um patamar de tecnologia,
com participação não apenas da
Petrobras, mas de toda a comunidade
científica nacional e de fora do país.
Nesse contexto, o desafio continua
sendo, na verdade, extrair, transportar
e produzir combustíveis, mas com
maior eficiência, menor impacto
ambiental e com custos aceitáveis,
que é o que se pensa do ponto de
vista de uma atividade sustentável”,
explica a diretora.
O gerente de Meio Ambiente do
IBP, Carlos Henrique Mendes,
afirma que, além da ameaça de
vazamento, há realmente uma
problemática tecnológica, que, no
caso do pré-sal, ainda está em fase
de desenvolvimento e consolidação.
É um risco sem equivalente trabalhar
em grandes profundidades e
atravessar meios porosos por três a
quatro quilômetros”, diz. Segundo o
gerente do IBP, o Brasil já deve ter,
em 2013, o resultado de um projeto
chamado
Capping
.
O equipamento
funciona como um funil invertido
que, na hipótese de um
blowout
ou uma perda de poço, abafaria o
óleo, evitando que fosse jogado
ao mar, e direcionando o petróleo
para um local onde se pudesse
coletá-lo. As condições de uso não
estão definidas totalmente, mas
projeto seja reavaliadomais de uma
vez, por auditorias independentes.”
Além disso, o IBP vem discutindo com
autoridades competentes as alternativas
de respostas a emergências, visando
tambémo aperfeiçoamento do uso de
dispersantes, especialmente quando
o recolhimentomecânico do óleo é
mais difícil, como nos vazamentos em
alto-mar.
Outro ponto debatido pelomercado
diz respeito à oferta de blocos. Com
isso, foi editada, este ano, uma portaria
interministerial entre Ministério de
Minas e Energia (MME) e Ministério
do Meio Ambiente (MMA), para que
a Agência Nacional do Petróleo, Gás
Natural e Biocombustíveis (ANP)
realize estudos ambientais prévios às
licitações. Isso significa dizer que serão
coletadas informações diversas para
que se classifiquemos blocos como
aptos ou não aptos
a serem explorados,
minimizando riscos.
Isaac Plachta,
presidente do
Conselho Empresarial
de Meio Ambiente
do Sistema FIRJAN,
acredita que o setor
tem apresentado
um crescente
investimento
emPesquisa e
Desenvolvimento.
Plachta explica que
têm sido firmadas
parcerias com
universidades e
institutos de pesquisa
no intuito de pensar
projetos que atendam
às demandas
tecnológicas do pré-
sal. “Vários projetos
estão em teste.
Uma das novidades
é o Separador
Submerso de Água
e Óleo (SSAO), que
Isaac Plachta explica que novas parcerias estão sendo
firmadas para atender às demandas do pré-sal
Procura-se atingir o nível
máximo de previsibilidade
a fim de evitar acidentes.
Mas nem tudo se pode
prever"
Armando Guedes
Guarim de Lorena
SISTEMA FIRJAN
SETEMBRO DE 2012 | CARTA DA INDÚSTRIA
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