Abertura
A história econômica não deixa dúvidas: quem não compre-
ende as mudanças que ocorrem no mundo e não se prepara
para elas, perde oportunidades e fica para trás.
No final do século passado, o mundo vivia uma dessas gran-
des transformações. O termo globalização entrava de vez
no vocabulário planetário. O fim da Guerra Fria havia posto
abaixo antigas fronteiras, e o comércio mundial (que envol-
ve mercadorias, serviços e investimentos) deu início a seu
apogeu. Há muitos anos o crescimento desse “international
trade” é bem maior que o registrado pelo PIB mundial.
O Brasil demorou um pouco para perceber que precisava fazer
parte dessa nova ordem mundial, e foi nesse cenário que foi
criado na FIRJAN o CIN - Centro Internacional de Negócios.
Era necessário apresentar a ideia da obrigatoriedade da
internacionalização da indústria do Estado do Rio de Ja-
neiro. Ou essa indústria buscava maneiras de se beneficiar
da globalização ou seria vítima dela, uma vez que teria de
enfrentar a concorrência de congêneres internacionais
que viriam para cá em busca do mesmo mercado. Os con-
ceitos de produto nacional e produto internacional logo
perderiam o sentido.
O Estado do Rio de Janeiro foi o pioneiro na criação do CIN,
que hoje existe em todas as Unidades da Federação.
O CIN treina profissionais e forma especialistas que po-
dem atuar no comércio global. Favorece também a inter-
face entre vendedores e compradores – a base produtiva
do Estado é atendida como importadora ou exportadora,
como investidora ou receptora, como demandante ou supri-
dora de tecnologia.
O CIN foca ainda na busca de investimento para a indústria
estadual. É o investimento que vai fortalecer a nossa indústria
e dar a ela ainda mais condições de competir.
Vale salientar que a criação do CIN fluminense, em 1995, se
encaixa na linha evolutiva da indústria nacional, que se esten-
de desde meados do século passado.
No período da Segunda Guerra Mundial, o Brasil era apenas um
país agrário. Nosso parque industrial era incipiente e uma das
causas era a quase inexistência de mão de obra qualificada.
Foi então criado o SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial, em 1942, para formar profissionais.
Depois, compreendeu-se que esses profissionais precisavam
também de saúde, educação e melhor qualidade de vida, fato-
res que influenciavam, e influenciam, a produtividade. Foi quan-
do a CNI – Confederação Nacional da Indústria decidiu fundar
o Sesi – Serviço Social da Indústria, em 1946, que hoje também
está presente em todos os Estados e no Distrito Federal.
O CIN foi o passo seguinte. Ao preparar a indústria e seus
profissionais para o mundo, o centro reverencia o passado,
respeita o presente e os qualifica para o futuro.
Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira