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ENTREVISTA
INFORME CIN –
Qual a importância das missões
internacionais para o setor de panificação?
ALCEIR CORRÊA –
As missões levam a um despertar
do empresariado para melhorar a qualidade dos nossos
produtos. Também nos incentiva a brigar para que
melhorem as condições nas empresas, para que sejamos
mais competitivos. Ano passado fomos ao México. Vimos
uma padaria com 86 anos, 400 funcionários, que utiliza
100 sacos de farinha por dia, com uma produtividade
alta. Ver como funciona o setor em outros países nos faz
refletir sobre a nossa própria realidade.
IC –
Quais pontos positivos destaca na missão à
Alemanha?
AC –
Foi muito interessante ver que as pessoas
são formadas e preparadas para exercer determinadas
funções na padaria. Já participei de quatro missões,
e, sem dúvida, essa última para a Alemanha foi a
melhor. Lá, para abrir um estabelecimento de
panificação, precisa ser técnico ou ter algum tipo de
formação nessa área. É diferente do que ocorre no Brasil.
Na Alemanha, as relações de trabalho são mais flexíveis,
pois os acordos são decididos entre os sindicatos
patronais e o sindicato dos trabalhadores. Isso permite
maior agilidade às empresas. Muitas indústrias de fora não
vêm para cá em virtude da burocracia que temos. Essas
coisas afastam o país de grandes oportunidades. Vemos
que a FIRJAN trabalha para mudar essa situação e trazer
empresas para investir no Brasil.
IC –
Quais as inovações e tecnologias foram
observadas durante a missão? O que isso agrega para
o setor?
AC –
Uma tecnologia interessante que chamou
atenção foi uma máquina que coloca o recheio
e enfeites no pão já pronto. Eu nunca vi algo
desse tipo no Brasil. Outra coisa que surpreendeu
foi uma máquina que consegue confeitar quatro
bolos diferentes de uma só vez. É como se fosse uma
impressora 3D. O confeite sai perfeito. E isso em questão
de segundos, deixando os bolos muito mais bonitos.
Além disso, há um aproveitamento melhor da energia.
Vimos fornos de padaria cuja iluminação interna é solar,
e o que gera o calor para secar o pão ou bolo é uma
casquinha de madeira reciclada. São madeiras trituradas,
que aquecem e permitem o uso ecológico do forno.
Também chamou a atenção o nível de treinamento dos
funcionários, que é excelente.
IC –
De que maneira as experiências internacionais
contribuem para superar os desafios do segmento?
AC –
Conhecer novas experiências é sempre uma
possibilidade de evoluir. O nosso setor, infelizmente,
ainda está atrás de São Paulo, Minas Gerais e Espírito
Santo, que estão mais avançados em panificação. As
missões internacionais fazem brotar nos nossos padeiros
e líderes de sindicatos um desejo mais forte de se
aproximar desses três estados para estarmos em uma
posição de liderança no país.
Antonio Batalha
Com o objetivo de possibilitar a troca de experiências
com mercados externos e apresentar novas
tecnologias aos empresários fluminenses, o Sistema
FIRJAN promove missões internacionais de diversos
setores. Em entrevista ao Informe CIN,
Alceir Corrêa
,
presidente do Sindicato das Indústrias de Alimentação
de Três Rios, Paraíba do Sul, Sapucaia, Areal,
Comendador Levy Gasparian e São José do Vale do
Rio Preto (Sindal - TR), fala sobre a importância dessas
visitas e como se revertem em benefícios para as
indústrias. Corrêa participou da missão das indústrias
de panificação à Alemanha, em setembro.
MISSÕES INTERNACIONAIS:
EXPERIÊNCIAS INSPIRADORAS
INFORME CIN | NOVEMBRO DE 2015