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PÁG. 8

8 A 21 DE AGOSTO DE 2016 | CARTA DA INDÚSTRIA

Quase metade das cidades

fluminenses, analisadas pela

nova edição do Índice FIRJAN

de Gestão Fiscal (IFGF), está em

descumprimento com a Lei de

Responsabilidade Fiscal (LRF). O

levantamento elaborado pelo

Sistema FIRJAN aponta que 38

municípios não declararam dados

orçamentários referentes a 2015

dentro do prazo legal e, por isso,

não foram analisados pelo estudo.

Outros sete ultrapassaram o limite de

60% da receita corrente líquida com

gastos obrigatórios.

“Um total de 13% dos que declararam

tiveram despesas com funcionalismo

acima do permitido em lei. É um

percentual alto se comparado com

outros estados”, afirmou Jonathas

Goulart, coordenador de Estudos

Econômicos da Federação.

De acordo com Goulart, uma das

consequências desse cenário é a

redução nos investimentos. No

Brasil, as cidades são responsáveis

por 45% de tudo que é investido

pelo setor público. Apesar de terem

maior capacidade de gerar receita

própria, quando comparado com

outros estados, os municípios

do Rio de Janeiro investiram bem

menos que a média nacional.

“Uma menor quantidade de

investimentos municipais acarreta

um ambiente de negócios

desfavorável. Há uma série de

implicações negativas na logística,

transporte, formação de mão de

obra e oferta de serviços básicos”,

pontuou o coordenador.

CAPITAL É DESTAQUE

O índice revela que 85% das

prefeituras fluminenses têm situação

fiscal difícil ou crítica, e apenas oito

registram boa gestão orçamentária. A

de não ter comprometido suas

finanças com despesas relacionadas

à folha de pagamento.

Algumas cidades do Leste

Fluminense se sobressaíram

com bons resultados. Ocupando

respectivamente a segunda e a

terceira colocação no

ranking

fluminense, Niterói e Macaé

destacam-se tanto pela alta geração

de receitas próprias quanto pelos

bons resultados em liquidez e custo

da dívida.

GESTÃO CRÍTICA

Na direção oposta, os municípios em

situação fiscal mais crítica tiveram

desempenho inferior a 2014, com

grande parte do caixa destinado a

gastos obrigatórios, elevada dívida

e problemas de liquidez. Segundo

Goulart, adiar pagamentos é

uma prática nociva para a gestão

financeira das prefeituras. “Quando

não há recursos para honrar os

pagamentos, os municípios os

postergam para o ano seguinte

por meio de restos a pagar. Isso os

obriga a fazer um ajuste maior, o que

geralmente acontece com cortes em

investimentos”, explicou.

Na Baixada Fluminense, as duas

cidades mais populosas, Duque de

Caxias e Nova Iguaçu, apresentaram

esse problema, iniciando 2016 com

as finanças já comprometidas com

despesas assumidas no ano anterior.

Em razão disso, ambas foram

avaliadas com situação crítica. Já

Queimados foi o único município

da região a apresentar uma boa

condição fiscal, obtendo nota

máxima em liquidez.

BAIXO INVESTIMENTO

No Centro-Norte e Região Serrana,

Nova Friburgo e Petrópolis tiveram

SITUAÇÃO FISCAL DAS CIDADES FLUMINENSES

CAUSA BAIXO NÍVEL DE INVESTIMENTO DAS PREFEITURAS

E

ESPECIAL

Municípios fluminenses:

10 maiores IFGFs

0,7908

Rio de Janeiro

0,7675

Niterói

0,7227

Macaé

0,7216

Maricá

0,7010

Queimados

0,6700

Barra do Piraí

0,6667

Itaboraí

0,6820

Angra dos Reis

0,5985

Búzios

0,5946

Rio das Ostras

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

28

45

94

96

135

219

231

519

610

641

RJ

BR

cidade do Rio é o grande destaque

positivo, atingindo sua melhor

pontuação em toda a série histórica

do IFGF.

O bom desempenho se justifica

pelo elevado volume de

investimentos realizados para os

Jogos Olímpicos Rio 2016. Somado

a isso, a prefeitura reduziu o custo

da dívida municipal por meio da

renegociação da dívida feita junto

ao Banco Mundial em 2010, além