Previous Page  17 / 36 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 17 / 36 Next Page
Page Background

17

CARTA DA INDÚSTRIA

www.firjan.com.br

Transformações estruturais,

que pre-

zam pela eficiência econômica, susten-

tabilidade comercial e transparência nas

decisões são fatores que têm introduzi-

do um novo contexto para o setor elétri-

co brasileiro. As mudanças começaram a

partir da Nota Técnica nº 5/2017, em que

o governo definiu alterações que trans-

formarão o segmento. A iniciativa tem

como objetivo criar um arcabouço legal

que permita ao país modernizar o setor e

prepará-lo para o futuro. De acordo com

o ministro de Minas e Energia, Fernan-

do Coelho Filho, o aperfeiçoamento da

legislação distribuirá melhor os riscos e

custos ao longo da cadeia.

“O setor elétrico passa por um mo-

mento delicado, com uma judicialização

crescente. Estamos com o diálogo mui-

to aberto, trabalhando as novas bases de

reorganização, perseguindo a alocação

correta dos custos, para construir um le-

gado do segmento, já bastante robusto,

com uma agência reguladora forte”, de-

talha o ministro.

Uma das mudanças previstas é a am-

pliação do acesso ao mercado livre de

energia, no qual a compra e venda do

insumo são negociadas livremente. A

proposta promove uma abertura gradual

desse mercado para que, até 2028, este-

ja disponível aos consumidores de alta

e média tensão. Atualmente, só podem

optar pelo mercado livre, que responde

por 28% do consumo nacional, os gran-

des consumidores, com demanda míni-

ma de três megawatts. A mudança vai ao

encontro dos pleitos do Mapa do Desen-

volvimento do Estado do Rio de Janei-

ro 2016-2025, elaborado pelo Sistema

FIRJAN com a colaboração de mais de

mil empresários.

Na avaliação de Sérgio Duarte, pre-

sidente da Vitális/Chinezinho e do Sindi-

cato das Indústrias de Alimentos do Mu-

nicípio do Rio de Janeiro (Siarj), a me-

dida se alinha a um anseio do setor pri-

vado por maior liberdade nos contratos

de fornecimento de energia. “É benéfi-

co ampliar o mercado livre, porque as-

sim o governo permite que o segmento

se autorregule. Para a iniciativa privada,

não há nada melhor: dá a liberdade ne-

cessária para que as empresas busquem

opções adequadas às suas demandas”,

afirmou Duarte, que também é vice-pre-

sidente da FIRJAN.

Além disso, a nova legislação abre

caminho para as privatizações de usi-

nas do grupo Eletrobras. Para tal, seria

realizada a descotização dessa ener-

gia, que passaria a ser vendida a preços

de mercado. Hoje funciona o regime

de cotas, em que a receita de venda da

energia cobre apenas custos de opera-

ção e manutenção das usinas. Segundo

o presidente da Eletrobras, Wilson Fer-

reira Júnior, a

holding

entrou em crise

principalmente por conta da publicação

É benéfico

ampliar o mercado livre,

porque assim o governo

permite que o segmento

se autorregule. Para a

iniciativa privada, não há

nada melhor: dá a liberdade

necessária para que as

empresas busquem

opções adequadas às

suas demandas”

S

érgio

D

uarte

,

presidente da

V

itális

/C

hinezinho

e do

S

iarj