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E

ENTREVISTA

CARTA DA INDÚSTRIA –

Como o senhor avalia o pós-

sal frente ao pré-sal?

JOSÉ FIRMO –

O pré-sal tem sido muito importante

para manter o nível de produção no Brasil. O pós-

sal, principalmente o

offshore

, teve uma enorme fase

exploratória que veio desde a descoberta da Bacia de

Campos. Ainda há muito a ser feito no pós-sal, não

só do ponto de vista exploratório, mas também nos

campos já descobertos, como melhorar a produção e

maximizar a recuperabilidade dos mesmos e aprimorar

a estrutura que eles têm hoje, tanto

subsea

quanto

topside

, com o objetivo de produzir mais e melhor.

Para um bom desempenho do setor, é necessário

desenvolver atividades em todas as áreas. Somente

o pré-sal não é suficiente para manter a indústria

trabalhando de forma otimizada.

CI –

Quais são os maiores desafios para desenvolver

essas operações no país?

JF –

Hoje o Brasil tem toda a tecnologia necessária para

desenvolver tanto o pré-sal como o pós-sal. Como o

pré-sal tende a ser em águas mais profundas, a presença

de CO

2

(dióxido de carbono, também conhecido como

gás carbônico) e H

2

S (sulfeto de hidrogênio), que são

gases mais difíceis de produzir e gerenciar, dificulta a

produção no pré-sal.

CI –

O que fazer para garantir a continuidade dos

projetos na indústria de petróleo?

JF –

É preciso, sobretudo, aumentar a competitividade

do Brasil de forma a atrair investimentos. O ambiente

mundial hoje é de restrição de capital. Anteriormente,

com o petróleo a preço alto e muito capital

disponível, era garantido que o investimento vinha

para o Brasil. Hoje existem outras áreas no mundo

bastante competitivas.

CI –

Que oportunidades a ABESPetro vislumbra para o

mercado de petróleo brasileiro?

JF –

O Brasil continua sendo um dos mais importantes –

senão o mais importante –

players

na indústria de águas

profundas e ultraprofundas, pela qualidade geológica do

país, pelo que já foi encontrado e pelo que se acredita

existir de potencial energético. As maiores reservas da

última década encontradas no mundo foram no Brasil.

CI –

Que ações são fundamentais para desenvolver

esse mercado?

JF –

Entre as principais medidas, destaco a necessidade

de se estabelecer uma periodicidade nas rodadas de

licitação de blocos exploratórios e uma pluralidade de

operadores. Também é preciso que tenhamos uma

regulamentação de longo prazo, com sinalização

bem clara do que vai acontecer com o Repetro e

com contratos de concessão e partilha. Outra ação

fundamental é aprimorar regras de conteúdo local e de

investimentos em pesquisa e inovação.

CI –

Como o senhor vê o papel do Sistema FIRJAN em

apoio à cadeia produtiva de petróleo e gás?

JF –

A FIRJAN tem ajudado bastante no entendimento

das principais questões que impactam a indústria. Tem

sido uma parceira junto à Onip para o desenvolvimento

da agenda mínima. A Federação desenvolve um belo

trabalho, com outras entidades, para buscar alternativas

e melhorarmos o ambiente de negócios no Brasil.

Divulgação/ABESPetro

Tanto em termos exploratórios quanto

em relação à melhoria dos campos já

descobertos, ainda há muito a fazer no

pós-sal. A afirmação é de

José Firmo

,

presidente da Associação Brasileira

das Empresas de Serviços de Petróleo

(ABESPetro). Para ele, a atividade apenas

no pré-sal não é suficiente para manter a

indústria trabalhando de forma otimizada.

“AINDA HÁ MUITO

A FAZER NO PÓS-SAL”

MAIO DE 2016 | CARTA DA INDÚSTRIA

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