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hídrica na Austrália nos últimos 15 anos. O consumo

de água residencial

per capita

em Melbourne, Victoria,

diminuiu de 247 litros em 2000 para 160 litros em 2014.

Essa redução pode ser entendida de duas formas: a)

uma resposta da população aos programas de governo

de educação e incentivo, com tanques de água de

chuva, uso de água reciclável, substituição de chuveiros

e subsídios para compra de produtos mais eficientes;

e b) pela restrição de uso de água imposta pelo governo

de acordo com a severidade da situação hídrica. Em

termos gerais, a resposta foi positiva. Hoje em dia é

inaceitável para qualquer australiano ver um cidadão

lavando a garagem ou a calçada com água tratada. A

população mudou totalmente seus hábitos em resposta

à crise.

SA –

Qual o papel e a participação das indústrias nesse

cenário?

MS –

Como a população em geral, a indústria sentiu o

choque da “seca do milênio”

e da pressão governamental.

Antes da crise, o setor não

residencial em Melbourne,

Victoria, consumia em media

140 bilhões de litros de água

por ano (2000), e agora são

99 bilhões de litros (2014).

Empresas que usam mais de

10 milhões de litros de água

foram obrigadas pelo governo

a ter um Plano de Ação de

Gerenciamento de Água. Esses

planos são desenvolvidos em

parceria com a companhia

de saneamento e têm como

objetivos: a) avaliar o uso de

água; b) identificar ineficiências e oportunidades; e c)

preparar um plano de ação para implementar atividades

de conservação de água. As empresas são incentivadas

a atingir pelo menos 10% de redução na quantidade de

água utilizada. Empresas que não apresentam o plano

ou não o desenvolveram são penalizadas pelo governo.

Apesar da severidade, um grande número de empresas

com consumo abaixo de 10 milhões de litros aderiu à

iniciativa de forma voluntária. Hoje, podemos dizer que

as empresas que atuam no estado de Victoria estão

operando com o que há de melhor em termos de

conservação de água, com mais de seis bilhões de litros

economizados desde 2001.

SA –

Que momento vive hoje a gestão da bacia?

MS –

Apesar de a gestão da bacia do Murray-Darling

ter mais de 100 anos, a Autoridade é uma agência

nova, criada durante a última crise hídrica por meio

da Lei de Recursos Hídricos de 2007. A Autoridade

foi oficialmente estabelecida em 2009, com funções

reguladoras e a obrigação de desenvolver legislação

complementar (

Basin Plan Legislation

), que foi aprovada

no Parlamento Australiano em novembro de 2012.

Desde então, estamos implantando diferentes partes

da lei complementar, principalmente o uso da “água

ambiental” (

environmental water

), o desenvolvimento

dos primeiros planos de gerenciamento de recursos

hídricos pelos estados e pelo ACT, a regulamentação

do mercado de água e a efetivação das “contas de

água” (

water accounting

),

contabilizando o volume de

água alocado e o utilizado.

SA –

Que eixos de progresso

foram identificados desde a

crise?

MS –

A legislação

complementar foi proposta

como o eixo de gestão

da bacia para aumentar a

resiliência ambiental, social,

econômica e cultural em

preparação para a próxima

crise hídrica. Acho que

estamos bem preparados

para passar por algo parecido

com a “seca do milênio”, ou até um pouco pior, sem

racionamento de água. A legislação complementar

trouxe o formato do processo de planejamento para

que uma situação extrema seja evitada ao máximo,

garantindo que os vetores econômicos da região

permaneçam ativos e produtivos.

A cobertura do evento pode ser acessada em

www.firjan.org.br/alertaaguaeenergia.

SISTEMA FIRJAN

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EXPEDIENTE: Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN) - Centro Industrial do Rio de Janeiro (CIRJ). Av. Graça Aranha nº 1 - CEP: 20030-002

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. Presidente: Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira; Presidente do

Conselho Empresarial de Meio Ambiente: Isaac Plachta; Diretor de Qualidade de Vida: Bernardo Schlaepfer; Coordenação Gerência de Meio Ambiente: Luís

Augusto Azevedo e Carolina Zoccoli; Assessoria de Imprensa: Lorena Storani – SÚMULA AMBIENTAL é uma publicação do SISTEMA FIRJAN editada pela Insight

Comunicação. Editor Geral: Coriolano Gatto; Editora Executiva: Kelly Nascimento; Redação: Carolina Zoccoli, Lídia Aguiar, Aline Soares e Renato Paquet;

Revisão: Denise Scofano Moura e Geraldo Rodrigues Pereira; Projeto Gráfico: DPZ; Design e Diagramação: Paula Barrenne; Produtor Gráfico: Ruy Saraiva;

Impressão: Arte Criação.

“Os australianos

aprenderammuito

sobre a questão hídrica

nos últimos 15 anos.

A população mudou

totalmente seus hábitos

em resposta à crise”

SÚMULA AMBIENTAL | ABRIL DE 2015