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PÁG. 8

31 DE JULHO A 6 DE AGOSTO | CARTA DA INDÚSTRIA

O seminário “Arbitragem e

Mediação na Administração

Pública”, realizado pelo Centro

Brasileiro de Mediação e

Arbitragem (CBMA), reuniu

empresários, advogados e

membros do Poder Judiciário.

O evento discutiu sistemas

alternativos para a resolução de

litígios e como eles podem ser

utilizados em contratos públicos.

O CBMA é uma instituição

fundada pelo Sistema FIRJAN, pela

Associação Comercial do Rio de

Janeiro (ACRJ) e Confederação

Nacional das Empresas de Seguros

Gerais, Previdência Privada

e Vida, Saúde Suplementar e

Capitalização (CNSEG).

“Esses meios também são de

extrema importância para as

indústrias, pois a cultura da

litigiosidade impacta diretamente

nos resultados das empresas”,

destacou José Roberto Borges,

diretor jurídico do Sistema FIRJAN.

O evento tratou de temas como

o Dispute Board nos contratos de

construção civil e seus benefícios.

O sistema, que consiste em um

comitê que acompanha e fiscaliza

desde a fase de elaboração

contratual à etapa de entrega das

obras, foi utilizado nos projetos

do Comitê Olímpico Internacional

para as Olimpíadas do Rio 2016.

Também foram discutidos o

excesso de litigiosidade estatal e a

nova Lei dos Portos (Lei 12.815/13)

que, em um de seus artigos, trata

do uso de arbitragem nas obras

públicas. “Ele dá preferência

para a solução de controvérsias

que prejudiquem serviços ou

investimentos prioritários para

o governo”, explicou Camila

ARBITRAGEM E MEDIAÇÃO SÃO TEMA DE SEMINÁRIO

QUE DISCUTE VIAS ALTERNATIVAS DE JUSTIÇA

Mendes, vice-presidente de Direito

Marítimo e Portuário do CBMA e

sócia do Kincaid Mendes Vianna

Advogados.

As principais mudanças trazidas

pela reforma na Lei de Arbitragem,

que oficializa seu uso nos contratos

públicos, foram apresentadas

por Pedro Batista Martins, árbitro,

advogado e sócio do Batista

Martins Advogado. “A arbitragem

é uma demanda de investidores

estrangeiros e foi amplamente

utilizada nos programas de

privatizações. Ela catalisa capital

estrangeiro”, declarou Martins.

SOLUÇÃO DE LITÍGIO

Outro destaque do seminário foi o

uso da mediação como forma de

solução de litígio. De acordo com

Ana Tereza Basílio, vice-presidente

de Telecom do CBMA, além de

dar celeridade à resolução de

conflitos, a modalidade tem como

principal benefício “a qualidade de

que as próprias partes cheguem

a um denominador comum”. O

Brasil ocupa o quarto lugar no

ranking de países que mais utilizam

a arbitragem, mas para Gustavo

Schmidt, presidente do CBMA,

a utilização de meios paralelos

à Justiça precisa ser mais bem

difundida. “Há uma questão cultural

que precisa ser modificada”, alertou.

Um dos motivos que requer sua

ampliação são os cerca de 100

milhões de processos aguardando

julgamento no Judiciário.

De acordo com Joaquim Falcão,

diretor da FGV Direito Rio, essas

ações devem aumentar nos

próximos anos. Ele elencou como

principal motivo o maior acesso

da população à educação. Para

Márcio Fortes de Almeida, diretor

de Relações Institucionais da

Federação e membro do Conselho

Consultivo do CBMA, o incentivo

às vias alternativas deve começar

pela busca de conflitos que estão

estagnados: “Temos que ir atrás dos

problemas e descobrir negócios a

serem resolvidos”.

O evento foi realizado no dia 17 de

julho, na sede da FIRJAN.

Gustavo Schmidt, José Roberto Borges e Márcio Fortes participam do seminário

Guarim de Lorena

G

GERAL