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13 A 19 DE NOVEMBRO | CARTA DA INDÚSTRIA
C
MATÉRIA
DE CAPA
O Índice de Confiança do
Empresário Industrial do Rio
de Janeiro (ICEI-RJ) continua a
apresentar tendência de queda,
após atingir 34 pontos em outubro,
o mais baixo da série histórica. De
acordo com a Sondagem Industrial
do Rio de Janeiro, elaborada pelo
Sistema FIRJAN, o indicador renovou
as mínimas históricas nos últimos
quatro meses, o que reforça a
urgência de definição de medidas
por parte do governo federal para
recuperar a confiança
dos agentes econômicos.
“A tendência de queda é clara.
Quando o índice está baixo, cada
vez mais longe dos 50 pontos,
significa que a falta de confiança
está disseminada ao longo dos
BAIXO ÍNDICE DE CONFIANÇA DO EMPRESÁRIO
REFORÇA IMPORTÂNCIA DAS PROPOSTAS DA FIRJAN
setores industriais”, avalia Marcelo
de Ávila, gerente de Estudos
Econômicos da Federação. Ele alerta
para o fato de os três indicadores que
compõem a Sondagem Industrial
estarem no mínimo histórico: além
do ICEI-RJ, as condições atuais (com
26,2 pontos) e as expectativas para
os próximos seis meses (com
37,9 pontos).
O quadro é agravado pelo fato de o
ICEI-RJ estar abaixo dos 50 pontos
por 19 meses consecutivos, inferior
inclusive aos níveis registrados
durante a crise mundial de 2008. O
indicador, cuja série histórica teve
início em 2005, varia de zero a 100,
com valores abaixo de 50 indicando
pessimismo e acima, otimismo.
De acordo com Ávila, o fim desse
ciclo negativo é imprevisível: “Pode
haver uma estabilidade da confiança
em 2016, mas a recuperação só virá
caso haja um processo contínuo
de melhora”.
Para isso, o Sistema FIRJAN defende
propostas que deem perspectivas
de longo prazo para a questão
fiscal. Dentre elas está a criação
de uma “regra de ouro” que limite
obrigatoriamente a evolução
dos gastos públicos correntes
abaixo do crescimento do PIB; e a
implementação de um programa
de privatização, com foco nos
setores bancário e de infraestrutura,
que permitiria a geração de receita
equivalente a até 4% do PIB. Confira
a seguir os resultados da Sondagem
Industrial em cada região do estado.
ÍNDICES BAIXOS EM TODAS AS REGIÕES DO ESTADO
BAIXADA FLUMINENSE II:
RECUO NO USO DA CAPACIDADE
Com indicadores de volume de produção em
37,5 e de emprego em 36 pontos, indicando
recuo, a Sondagem Industrial da Baixada
Fluminense II registrou queda da atividade. O
recuo na utilização da capacidade instalada foi
de sete pontos percentuais, passando para 62%,
abaixo da média histórica de 69,6%.
A Sondagem identificou ainda que a dificuldade
de acesso ao crédito foi disseminada pelas
indústrias da região. O indicador de acesso ao
crédito ficou em 29,4 pontos, muito distante dos
50 pontos. “Temos verificado grande redução de
emprego na região e fechamento de empresas
fornecedoras da atividade petroquímica“,
explicou Roberto Leverone, presidente da
Representação Regional.
REGIÃO SERRANA/CENTRO-SUL:
TENDÊNCIA DE QUEDA
As regiões Serrana e Centro-Sul acompanharam a
tendência estadual de queda da atividade, embora
a utilização da capacidade instalada tenha ficado
um pouco mais próxima da média do estado:
63%, contra 68,2%.
“A Região Serrana, por ter grandes empresas
exportadoras, talvez tenha sido menos afetada
que as demais”, explicou Waltraud Keuper,
presidente da Representação Regional FIRJAN/
CIRJ na Região Serrana.
Alceir Corrêa, presidente da Representação
Regional, acredita que os empresários estão
apreensivos: “No geral, o setor produtivo
está insatisfeito com o desempenho
financeiro alcançado”.