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27 DE NOVEMBRO A 10 DE DEZEMBRO | CARTA DA INDÚSTRIA
MINISTROS DA FAZENDA E DO STF PARTICIPAM
DE SEMINÁRIO SOBRE RISCO BRASIL NO SISTEMA FIRJAN
O Sistema FIRJAN recebeu
os ministros Joaquim Levy,
da Fazenda, e Luiz Fux, do
Supremo Tribunal Federal
(STF), no seminário Reavaliação
do Risco Brasil. O evento
analisou o grau de instabilidade
econômica do país, na visão
de empresários e agências
de
rating
.
Eduardo Eugenio Gouvêa
Vieira, presidente da Federação,
defendeu a implementação
emergencial do ajuste fiscal
para alavancar o crescimento
do país. “A reavaliação do Risco
Brasil passa, antes de tudo, pela
avaliação das prioridades do
país. Só podemos crescer se
corrigirmos erros. Precisamos
de um olhar propositivo para
recuperação de investimentos
e empregos”, disse Eduardo Eugenio, que citou os
gastos correntes abaixo do crescimento do PIB e a
venda de ativos como as medidas que podem promover
o incremento da economia.
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, apontou os
pilares que considera fundamentais para a recuperação
econômica. Entre estes, Levy destacou a implementação
do ajuste fiscal, a busca por novas fontes de
financiamento, e o foco em bens negociáveis que
promovam a produtividade do país. “Temos inúmeros
vetores de crescimento, só precisamos ter ambição para
fazer os acertos institucionais que permitam à economia
funcionar com mais previsibilidade”, afirmou o ministro.
Ele também defendeu a superação dos problemas
fiscais como fator preponderante para a atração de
investimentos nacionais e internacionais. “O desafio
atual é ter solidez fiscal que permita ter mercado de
longo prazo e financiar a economia brasileira”, disse.
RISCO JURÍDICO
Na apresentação que abordou o risco jurídico do Brasil,
o ministro Luiz Fux destacou a importância desse
aspecto para um ambiente de negócios favorável
no país. “O Judiciário pode reduzir o Risco Brasil
transmitindo ao investidor estrangeiro segurança
jurídica, que vai conduzir também ao alijamento do risco
econômico”, afirmou. Fux citou ainda as mudanças do
novo Código de Processo Civil que visam a dar maior
estabilidade jurídica, como o dispositivo que prevê maior
celeridade aos litígios judiciais.
Regina Nunes, presidente da Standard & Poor’s (S&P)
Brasil e líder no Cone Sul América Latina, abordou
os pontos fortes e fracos do país que determinam
a avaliação de seu rating pela agência. “O Brasil
tem instituições políticas estáveis e uma economia
diversificada, além de uma dívida externa líquida cujos
valores são administráveis”, avaliou.
Carlos Langoni, diretor do Centro de Economia
Mundial da Fundação Getulio Vargas, frisou a
necessidade de se projetar as políticas que promovam
o pós-ajuste fiscal. “Existe vida pós-ajuste. Mas temos
que criar essas pontes, e isso passa por um conjunto
de reformas”, argumentou.
O seminário, promovido pela Fundação Getulio Vargas,
em parceria com o Sistema FIRJAN, a S&P e o jornal
Valor Econômico, aconteceu em 23 de novembro, na
sede da Federação.
Levy e Gouvêa Vieira: debate sobre medidas para recuperação do crescimento econômico
Antonio Batalha
G
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