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CARTA DA INDÚSTRIA

www.firjan.com.br

CI – Como avalia o ambiente de ino-

vação do estado do Rio em relação ao

do Brasil?

José Carlos Pinto:

Temos um diferencial

negativo no Rio de Janeiro, que é a ques-

tão da burocracia. Nossa movimentação

é inibida por procedimentos burocráticos.

Minas Gerais, Santa Catarina e São Paulo

são exemplos de estados em que as ins-

tituições tecnológicas podem se movi-

mentar com agilidade, fazendo conexão

entre as áreas de pesquisa e de inovação.

Esse é um gargalo crucial, que precisa ser

discutido em nosso estado. Temos hoje

uma estrutura que, na média, é muito

mais amarrada que a de outros estados.

Se outras unidades federativas consegui-

ram resolver isso e trabalhar com mais

celeridade, nós também podemos. Um

bom caminho nesse sentido seria criar

ummarco estadual de inovação, alinhado

à proposta do governo federal.

CI – Quais são as potencialidades flu-

minenses?

José Carlos Pinto:

Temos um grande

diferencial positivo, que é a economia

criativa, vocação de nosso estado e uma

área muito demandante de inovação e

tecnologia. As indústrias de cinema, TV

e entretenimento requerem novas solu-

ções tecnológicas em um curto espaço

de tempo. Esse ambiente é muito inspira-

dor. O estado do Rio pode se desenvolver

ainda mais ao mesclar tecnologias adota-

das em indústrias tradicionais, como a de

petróleo e gás, às usadas pelos segmen-

tos da economia criativa, criando siner-

gia. É preciso encontrar mecanismos que

estimulem esse intercâmbio, pois temos

oportunidade de desenvolver uma tec-

nologia muito rica e original, conectando

áreas tradicionais, como a engenharia,

aos criativos do Rio. Outra vantagem é

que temos um grande mercado consu-

midor. A despeito das dificuldades, somos

a segunda maior economia do país. Isso

também é um fator relevante para atrair

novas empresas. Mas precisamos criar

um marco de inovação mais ágil para o

pleno desenvolvimento de empreendi-

mentos inovadores em nosso estado.

CI – O Rio deveria priorizar setores

como energia, saúde e cultura para o

investimento em inovação?

José Carlos Pinto:

Sim, acrescentaria

dois setores: cidades inteligentes e Tec-

nologia da Informação. Somos exemplo

para o país nessas áreas. Nesse sentido,

a Olimpíada foi um estímulo ao desen-

volvimento, viabilizando investimentos

como o Centro de Operações do Rio

de Janeiro (COR-Rio) e atraindo startups

para a Zona Portuária. Pelo perfil dos

negócios instalados no estado, há mui-

tas oportunidades para empreendedores

inovarem ao criarem produtos e serviços

de informática e automação.

Temos um grande

diferencial positivo, que é a

economia criativa, vocação

de nosso estado”

Foto: Fabiano Veneza