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CARTA DA INDÚSTRIA
www.firjan.com.brA saúde é um dos principais
desafios da
gestão pública brasileira. Iniciativas que
almejem levar mais qualidade para esta
área são mais que necessárias. Uma delas
é o programa de Parcerias para o Desen-
volvimento Produtivo (PDPs), que fomen-
ta a produção nacional de medicamen-
tos para o Sistema Único de Saúde (SUS),
direcionados ao tratamento de doenças
como HIV, câncer, tuberculose e diabe-
tes. O programa proporciona a transfe-
rência tecnológica entre laboratórios pú-
blicos e privados, e possibilitou a econo-
mia de cerca de R$ 5 bilhões para o SUS,
de acordo com dados do Departamento
do Complexo Industrial e Inovação em
Saúde (Deciis).
Além da população, a indústria de
saúde, em especial a farmoquímica, é
fortalecida com a continuidade do pro-
grama, criado em 2008 pelo Ministério
da Saúde. O estado do Rio possui o maior
complexo tecnológico de saúde públi-
ca da América Latina, reunindo 340 es-
tabelecimentos, entre eles seis labora-
tórios farmacêuticos oficiais e 70 priva-
dos, além de fabricantes de instrumen-
tos e materiais para uso médico. São
mais de 16 mil profissionais empregados.
“Não precisamos importar medicamen-
tos quando temos aqui a necessidade e
a expertise para produção desses remé-
dios. Com as PDPs, ganham o estado do
Rio, os laboratórios públicos, a indústria
e, principalmente, os cidadãos brasileiros,
que precisam da saúde pública”, analisa o
presidente da FIRJAN, Eduardo Eugenio
Gouvêa Vieira.
Oitenta por cento das PDPs estão
sendo desenvolvidas dentro do esta-
do. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
é a instituição com mais parcerias: onze
PDPs envolvem a participação do Institu-
to de Tecnologia em Fármacos (Farman-
guinhos) e o Instituto de Tecnologia em
Imunobiológicos (Bio-Manguinhos). En-
tre as principais conquistas do programa,
estão acordos assinados entre a Fiocruz
e indústrias farmacêuticas para a produ-
ção nacional de alguns medicamentos,
como a parceria envolvendo a farmo-
química Cristália, o Instituto Vital Brazil
(IVB), a Globe Química e o Laboratório
Químico Farmacêutico da Aeronáutica
(Laqfa) para tratamento de leucemia e
câncer gastrointestinal.
Para Nísia Trindade, presidente da
Fiocruz, o investimento em inovação ga-
rante autonomia para o país na produção
de determinados medicamentos. “Não
haveria, por exemplo, vacina para a fe-
bre amarela no mundo se não fosse a
produção na Fiocruz por meio de uma
articulação internacional público-priva-
da”, destaca.
Com 81% das novas propostas de
parcerias localizadas no estado do Rio
– e previsão de formalização delas ainda
em 2017 – as perspectivas são positivas
quanto ao aumento de oportunidades
para as indústrias fluminenses, segun-
do Carlos Fernando Gross, presidente do
Sindicato da Indústria de Produtos Far-
macêuticos do Estado do Rio de Janei-
ro (Sinfar-RJ). “O ambiente de negócios
para o setor fluminense precisa melhorar,
tendo a regulamentação das PDPs um
“
Atuamos para
aprovar um decreto
com regras mais claras,
de modo a trazer mais
segurança jurídica às
instituições envolvidas e ao
governo federal”
R
icardo
B
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