Previous Page  11 / 36 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 11 / 36 Next Page
Page Background

11

CARTA DA INDÚSTRIA

www.firjan.com.br

A saúde é um dos principais

desafios da

gestão pública brasileira. Iniciativas que

almejem levar mais qualidade para esta

área são mais que necessárias. Uma delas

é o programa de Parcerias para o Desen-

volvimento Produtivo (PDPs), que fomen-

ta a produção nacional de medicamen-

tos para o Sistema Único de Saúde (SUS),

direcionados ao tratamento de doenças

como HIV, câncer, tuberculose e diabe-

tes. O programa proporciona a transfe-

rência tecnológica entre laboratórios pú-

blicos e privados, e possibilitou a econo-

mia de cerca de R$ 5 bilhões para o SUS,

de acordo com dados do Departamento

do Complexo Industrial e Inovação em

Saúde (Deciis).

Além da população, a indústria de

saúde, em especial a farmoquímica, é

fortalecida com a continuidade do pro-

grama, criado em 2008 pelo Ministério

da Saúde. O estado do Rio possui o maior

complexo tecnológico de saúde públi-

ca da América Latina, reunindo 340 es-

tabelecimentos, entre eles seis labora-

tórios farmacêuticos oficiais e 70 priva-

dos, além de fabricantes de instrumen-

tos e materiais para uso médico. São

mais de 16 mil profissionais empregados.

“Não precisamos importar medicamen-

tos quando temos aqui a necessidade e

a expertise para produção desses remé-

dios. Com as PDPs, ganham o estado do

Rio, os laboratórios públicos, a indústria

e, principalmente, os cidadãos brasileiros,

que precisam da saúde pública”, analisa o

presidente da FIRJAN, Eduardo Eugenio

Gouvêa Vieira.

Oitenta por cento das PDPs estão

sendo desenvolvidas dentro do esta-

do. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)

é a instituição com mais parcerias: onze

PDPs envolvem a participação do Institu-

to de Tecnologia em Fármacos (Farman-

guinhos) e o Instituto de Tecnologia em

Imunobiológicos (Bio-Manguinhos). En-

tre as principais conquistas do programa,

estão acordos assinados entre a Fiocruz

e indústrias farmacêuticas para a produ-

ção nacional de alguns medicamentos,

como a parceria envolvendo a farmo-

química Cristália, o Instituto Vital Brazil

(IVB), a Globe Química e o Laboratório

Químico Farmacêutico da Aeronáutica

(Laqfa) para tratamento de leucemia e

câncer gastrointestinal.

Para Nísia Trindade, presidente da

Fiocruz, o investimento em inovação ga-

rante autonomia para o país na produção

de determinados medicamentos. “Não

haveria, por exemplo, vacina para a fe-

bre amarela no mundo se não fosse a

produção na Fiocruz por meio de uma

articulação internacional público-priva-

da”, destaca.

Com 81% das novas propostas de

parcerias localizadas no estado do Rio

– e previsão de formalização delas ainda

em 2017 – as perspectivas são positivas

quanto ao aumento de oportunidades

para as indústrias fluminenses, segun-

do Carlos Fernando Gross, presidente do

Sindicato da Indústria de Produtos Far-

macêuticos do Estado do Rio de Janei-

ro (Sinfar-RJ). “O ambiente de negócios

para o setor fluminense precisa melhorar,

tendo a regulamentação das PDPs um

Atuamos para

aprovar um decreto

com regras mais claras,

de modo a trazer mais

segurança jurídica às

instituições envolvidas e ao

governo federal”

R

icardo

B

arros

, M

inistro da

S

aúde