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CARTA DA INDÚSTRIA

www.firjan.com.br

fiscalização em todo território nacional

nos pontos de venda, distribuição e fabri-

cação, de forma a evitar que fornecedo-

res desleais se utilizem de práticas irregu-

lares para obter lucro e ganhar mercado

em cima dos bons fornecedores.

CI – O reconhecimento como Agência

Reguladora permitirá maior autonomia

administrativa e financeira. Como o In-

metro fará a gestão desses recursos?

Carlos Augusto de Azevedo:

Da mes-

ma forma que faz hoje. O Inmetro é su-

peravitário e autossustentável. Este ano,

esperamos receber do governo R$ 600

milhões, enquanto devolveremos para

os cofres da União R$ 800 milhões. O

Inmetro sempre foi superavitário, mas no

final de 2016 houve uma conversa com

a Secretaria do Tesouro Nacional, que

entendeu que devia haver um plano de

aplicação de empenhos. Com isso, pô-

de-se fazer um planejamento mais pre-

ciso das ações. Até o momento, gasta-

mos R$ 40 milhões a menos do que no

ano passado. Com autonomia, os resul-

tados serão mais positivos uma vez que

teremos maior previsibilidade de aplica-

ção dos recursos.

CI – Umdos objetivos é também trans-

formar o Inmetro em uma agência de

fomento ao conhecimento metrológi-

co. Como será esse processo?

Carlos Augusto de Azevedo:

Isso não é

novo, é o que a NASA faz, por exemplo.

Além de realizar pesquisas, a NASA tam-

bém fomenta pesquisas de seu interesse

nas universidades, aportando dinheiro na

criação de editais específicos para desen-

volver temas relacionados ao que fazem.

O Inmetro já concede bolsa para desen-

volvimento de projetos internamente.

Agora, queremos expandir essa atribui-

ção para as universidades, de modo a de-

senvolver pesquisas em temas relaciona-

dos à metrologia e à qualidade.

CI – Como essa iniciativa poderá au-

mentar a competitividade dos produ-

tos brasileiros no exterior?

Carlos Augusto de Azevedo:

A metrolo-

gia e a qualidade trazem um ativo funda-

mental: a confiança. A nossa carne, por

exemplo, se o processo de exportação

for totalmente certificado e rastreado,

não precisaria ser vendida congelada,

mas sim, refrigerada, valendo 50% a mais

no mercado internacional. Isso facilitaria

sua exportação, por ser mais aceita. Po-

rém, o Brasil só vende refrigerada 5% da

sua carne. Além disso, as atividades de

metrologia, qualidade e segurança de

produtos estão intrinsicamente ligadas à

soberania nacional, ou seja, em como o

Brasil se relaciona com outros países. O

Inmetro tem o papel de analisar essa re-

lação, de modo a atender aos preceitos

da independência nacional e impedir sua

submissão a parâmetros desvantajosos

definidos por outras nações.

A expansão da

infraestrutura para apoio

da indústria e do comércio

é uma das metas do

Inmetro”

Foto: Renata Mello