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13 A 19 DE MARÇO | CARTA DA INDÚSTRIA
G
GERAL
O presidente do Sistema FIRJAN,
Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira,
recebeu o advogado-geral da
União, ministro Luís Inácio Adams,
para discutir os impactos das
investigações da Operação
Lava-Jato sobre a atividade
econômica fluminense. Durante
o encontro com empresários,
realizado em 5 de março, na sede
da Federação, ambos afirmaram
que a corrupção pode ser
combatida sem que seja necessário
paralisar a economia brasileira.
O ministro defendeu os acordos de
leniência, que reduzem punições
administrativas às empresas
em troca da colaboração com
investigações e o ressarcimento
de danos. “Preservar a atividade
econômica não é incompatível
com combater a corrupção.
Nós temos institutos legais que
viabilizam uma solução que permite
o efetivo combate à corrupção
com a mudança comportamental, a
colaboração, e o ressarcimento das
empresas”, disse.
Os acordos de leniência impedem,
segundo o ministro, que empresas
e trabalhadores que não estejam
associados a atividades ilícitas
sejam prejudicados. “Haverá
consequências para as empresas,
mas não temos que transformar
essas consequências em uma
realidade dramática e definitiva
para 500 mil empregados e para
milhares de investidores que,
de alguma maneira, apostaram
nessa atividade econômica e não
têm responsabilidade sobre essas
irregularidades”, destacou Adams.
Além do ressarcimento integral
à Petrobras, Adams lembrou que
os acordos de leniência exigem
SISTEMA FIRJAN E AGU: COMBATE À CORRUPÇÃO
COM PRESERVAÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA
o afastamento dos funcionários
envolvidos, a divulgação do balanço,
um sistema de auditoria externa e a
adoção de regras de
compliance
.
Eduardo Eugenio demonstrou
preocupação com os impactos
das investigações sobre a atividade
econômica no estado do Rio.
Luís Inácio Adams e Eduardo Eugenio: debate sobre impactos da Operação Lava-Jato
Antonio Batalha
“O encontro com o ministro foi
importante para que representantes
da cadeia produtiva do setor
naval, por exemplo, pudessem
mostrar detalhes da crise pela qual
estamos passando. A sociedade
brasileira não aguenta mais
corrupção, seja empresarial ou
de agentes públicos, mas a
atividade econômica não pode
parar”, afirmou.
De acordo com o presidente
do Sistema FIRJAN, a Petrobras
não deve ser punida pelos
crimes praticados por alguns de
seus executivos. “Essas pessoas
desonestas não podem ganhar a
guerra. Não podemos concordar
com isso”, disse. “Temos que
resolver essa questão o mais rápido
possível. Milhares de empresas
no estado do Rio e centenas de
milhares de trabalhadores estão
sendo prejudicados”, concluiu.
“Nós temos institutos
legais que viabilizam
uma solução que
permite o efetivo
combate à corrupção
e o ressarcimento das
empresas"
Luís Inácio Adams
Advogado-geral da União