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27 DE MARÇO A 2 DE ABRIL | CARTA DA INDÚSTRIA

PÁG. 7

CARTA DA INDÚSTRIA –

Como está estruturada a

gestão da água na Bacia de

Murray-Darling?

MARLOS DE SOUZA –

O

gerenciamento da bacia passou

ao domínio federal em 2007

com a Lei de Recursos Hídricos

(Water Act 2007), justamente

no ápice da chamada “seca do

milênio”, na Austrália. Os estados

e a capital são obrigados, por

lei, a apresentar ao Governo

Federal planos de gerenciamento

de recursos hídricos para cada

unidade hidrológica existente

em seus territórios. Esses planos

são avaliados e, depois de

aprovados e sancionados, entram

em vigor. Eles cobrem uma série

de requisitos básicos, como:

direito de acesso (outorga),

direito de uso da água para o

meio ambiente, disponibilidade

hídrica e atividades que

interceptam a precipitação na

bacia, entre outros.

CI –

Como é feita a comunicação

sobre a crise para a população?

MS –

A comunicação é

realizada em diversas frentes

tradicionais, como TV, jornais e

revistas, e agora também pelas

mídias sociais. O governo

lança campanhas agressivas,

mostrando que se a água não for

usada de forma inteligente, os

reservatórios secarão.

SEMINÁRIO DESTACA EXEMPLO AUSTRALIANO

O presidente do Sistema FIRJAN,

Eduardo Eugenio Gouvêa

Vieira, destacou os esforços dos

empresários para superar a crise.

“O ministro nos deu vários

insights

valiosos sobre o setor. Estou

começando a ficar mais otimista.

Como o Brasil é um país forte e

sua população é muito obstinada,

vamos sair dessa crise de energia

em pouco tempo”, avaliou.

Para Luiz Césio Caetano,

presidente do Sindicado da

Indústria de Refinação e Moagem

de Sal do Estado do Rio de

Janeiro (Sindsal), Eduardo Braga

conseguiu esclarecer dúvidas dos

empresários sobre a situação do

setor de energia. “Esse evento,

com a presença do ministro, é de

enorme importância. Ao reunir

atores responsáveis pelas diretrizes

elétricas do país, incluindo a

indústria, que é um consumidor

de peso, colocamos de maneira

clara e objetiva os riscos que

enfrentamos”, avaliou Caetano,

que também preside a

Representação Regional FIRJAN/

CIRJ no Leste Fluminense.

Além do ministro de Minas

e Energia e representantes

do ministério, o seminário

contou com a participação

de representantes da Agência

Nacional de Energia Elétrica

(Aneel), Ampla, Operador

Nacional do Sistema Elétrico

(ONS), Associação Brasileira de

Distribuidores de Energia Elétrica

(Abradee), Associação Brasileira

de Companhias de Energia

Elétrica (ABCE), Centro Brasileiro

de Infraestrutura (CBIE), PSR

Consultoria, Cluster Automotivo do

Sul Fluminense, Votorantim Energia

e do escritório Veirano Advogados.

A cobertura completa do evento

estará disponível na próxima

edição da Carta da Indústria.

Como palestrante do IV Seminário

Gestão da Água na Indústria, promovido pelo

Sistema FIRJAN em 26 de março, Marlos

de Souza, diretor da Divisão de Políticas e

Planejamento da Bacia de Murray-Darling, na

Austrália, explicou como ações realizadas pelo

país da Oceania podem ajudar o Brasil a superar

a crise hídrica.

Divulgação

CI –

Como tem sido a

participação da população?

MS –

A população mudou os

hábitos em resposta à crise

hídrica. O consumo de água

residencial

per capita

em

Melbourne, Victoria, diminuiu

de 247 litros, em 2000, para

160 litros, em 2014. Essa

diminuição pode ser entendida

como resultado de campanhas

de conscientização e da

restrição do uso de água imposta

pelo governo. Hoje é inaceitável

ver um cidadão lavando a

garagem ou a calçada com

água tratada.

CI –

Qual o papel da indústria

nesse cenário?

MS –

Empresas que usam

mais de 10 megalitros de

água foram obrigadas pelo

governo a ter planos de ação

de gerenciamento do recurso,

desenvolvidos em parceria com

a companhia de saneamento.

As empresas são incentivadas

a atingir pelo menos 10% de

redução na quantidade de água

utilizada. Hoje, as empresas

operam com o que há de melhor

em termos de conservação

de água. Desde 2001, elas

economizaram mais de seis

bilhões de litros.

Leia mais sobre o seminário em

www.firjan.org.br

.