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PÁG. 2

17 A 30 DE ABRIL | CARTA DA INDÚSTRIA

O

OPINIÃO

O setor industrial é o maior consumidor de energia

no Brasil, respondendo por 40,7% do consumo de

eletricidade no país. A energia elétrica possui peso

significativo no custo total de produção em diversos

segmentos do setor. Isso significa que, para essas

indústrias, esse custo é um dos principais fatores

de competitividade.

De acordo com o estudo “Quanto

Custa a Energia Elétrica para a

Indústria no Brasil”, atualizado

periodicamente pelo Sistema

FIRJAN, o Brasil possui o maior

custo industrial de energia elétrica

entre 28 países selecionados

(537,4 R$/MWh, ou seja, 108,7%

superior à média mundial). As

medidas recentemente adotadas

pelo governo referentes ao custo

de energia buscam reduzir os

desequilíbrios atuais, mas não têm

o objetivo de levar essa tarifa para

patamares próximos da média

mundial de 275,74 R$/MWh. Dessa

forma, torna-se imprescindível

ampliar o debate acerca da

eficiência energética como

instrumento essencial na redução

dos custos de produção.

No Brasil, existem programas

voltados para a eficiência

energética, reconhecidos internacionalmente, que

objetivam a eliminação dos desperdícios, a redução

dos custos e a promoção de investimentos setoriais,

de forma que o consumo e a produção de energia

elétrica se deem de maneira mais racional. No entanto,

não estão sendo alcançados resultados uniformes para

todos os setores da economia.

Os recursos existentes direcionados à eficiência

energética são, em sua maioria, aplicados nos setores

residencial, comercial e público. A indústria não

DIAGNÓSTICO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA:

INSTRUMENTO DE COMPETITIVIDADE PARA A INDÚSTRIA

Armando Guedes

Presidente do Conselho Empresarial

de Energia do Sistema FIRJAN

Tatiana Lauria

Assessora do Conselho Empresarial

de Energia do Sistema FIRJAN

O programa

permite acesso a

um diagnóstico

energético a custo

subsidiado, que

permite que as

empresas que

nunca tiveram

contato com a

eficiência energética

saibam por

onde começar a

economizar

é, portanto, um setor prioritário desta política

governamental. Como no setor industrial os

investimentos destinados à eficiência energética

competem pelos mesmos recursos que aqueles

capazes de ampliar a produção das empresas,

eles acabam não acontecendo na dimensão

necessária. Para mudar isso, será preciso criar

amplos incentivos, de modo a

tornar a eficiência energética

um investimento efetivamente

atrativo.

Diante disto, o Sistema

FIRJAN, por meio do SENAI,

em parceria com o SEBRAE

e o Sindicato da Indústria

de Instalações Elétricas,

Gás, Hidráulicas e Sanitárias

(Sindistal), lançou, no fim

de março, o Programa de

Massificação de Eficiência

Energética para Pequenas

Empresas. O programa

permite a essas empresas

o acesso a um diagnóstico

energético a custo subsidiado,

que possibilita que aqueles

que nunca tiveram contato

com a eficiência energética

saibam por onde começar

a economizar.

A indústria pode e quer contribuir mais com a

eficiência energética no Brasil. E o Sistema FIRJAN

está atuando para que os obstáculos atualmente

existentes sejam eliminados e a indústria possa

assumir posição de destaque nos atuais e

futuros programas de eficiência energética. Só

assim teremos garantia de um desenvolvimento

sustentável, proporcionando benefícios que

transcendem a esfera econômica, minimizando

impactos ambientais e gerando enormes ganhos

de competitividade ao país.

Paulo Furio

Gerente do Centro Tecnologia

SENAI (CTS) Ambiental