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17 A 30 DE ABRIL | CARTA DA INDÚSTRIA

PÁG. 3

CARTA DA INDÚSTRIA –

Como a gestão de pessoas

impacta a competitividade das empresas?

MARIA LEONOR DELMAS –

Nos últimos anos,

percebemos o aumento da importância da área de

recursos humanos (RH) nas organizações. O RH está

abandonando o estigma de departamento cartorial

para assumir novas responsabilidades que impactam

diretamente no desempenho dos profissionais e,

consequentemente, das organizações. É um integrante

fundamental do planejamento estratégico e parceiro

importante para a competitividade das empresas

do século XXI. A gestão de pessoas se incorpora a

dois aspectos fundamentais de nossa época: a alta

competitividade e o conhecimento como foco central

de produção de valor no mundo. A alta competitividade

fez com que o mundo chegasse a tal ponto de

padronização nos sistemas produtivos que estes não são

mais diferenciais para as empresas. São as pessoas que

produzem, armazenam e disseminam o conhecimento.

Nesse sentido, manter talentos nas organizações é um

elemento que deve ser a chave para as estratégias

das organizações.

CI –

Em momentos de crise econômica, que

importância assume a gestão de pessoas?

MLD –

Nesse cenário, as empresas precisam catalisar

o melhor de cada um dos colaboradores. Pessoas

vendem competências. Empresas e o mercado compram

competências, e, na situação atual, as pessoas precisam

estar fortalecidas, acolhidas e preparadas para manterem-

se de pé em meio às tempestades. Precisam estar prontas

para permanecer saudáveis quando a tempestade passar.

CI –

Quais são as principais características de um

bom líder?

MLD –

A credibilidade e o senso de direção. Em resumo,

eu poderia afirmar que, apoiada nos estudos do

pesquisador Brian Becker, as competências-chave

de um bom líder são: o conhecimento do negócio;

estar ciente das especialidades comportamentais;

a eficiência na gestão das mudanças; a atenção à

gestão da cultura; e possuir uma credibilidade pessoal

inatingível. Enfim, deve ser uma pessoa que sabe olhar

por e para as outras pessoas e, desse modo, permitir o

almejado sucesso da organização.

CI –

Qual é o principal desafio enfrentado pelos

gestores atualmente?

MLD –

A necessidade da compreensão da metáfora

da organização como um organismo vivo, que tem

se revelado um fator fundamental para a eficácia

do desempenho do gestor. Segundo esse modelo,

a organização nasce, cresce, atinge sua maturidade

e pode vir a morrer se a liderança não estiver

permanentemente preocupada em romper com a

tendência natural de se acomodar. As empresas devem

mover-se além dessa ilusória zona de conforto.

CI –

Como o Sistema FIRJAN pode contribuir para

melhorar a gestão nas empresas?

MLD –

A FIRJAN tem em seu perfil uma enorme

responsabilidade, mas também grandes possibilidades.

A responsabilidade de difundir as novas práticas

de desenvolvimento e o fortalecimento do capital

humano, em face dos inúmeros cenários produtivos

com os quais convive. E a possibilidade de construir

meios e ferramentas para que isso aconteça.

Instituições como a FIRJAN podem mudar o rumo

da história corporativa, pois conseguem acessar com

excelência cenários e personagens, tornando-os

operadores de mudanças e promovendo melhorias

nas relações de produção.

Divulgação

Os gestores devem entender as empresas como

organismos vivos. A recomendação é de

Maria Leonor

Delmas

, especialista em gestão de pessoas da Fundação

Getulio Vargas (FGV) e professora do Instituto Euvaldo

Lodi (IEL). Em entrevista à Carta da Indústria, ela explica

quais são os desafios enfrentados pelos gestores para

aumentar a competitividade das empresas.

GESTÃO DE PESSOAS:

LIDERANÇA E COMPETITIVIDADE

E

ENTREVISTA