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PÁG. 3

21 A 27 DE AGOSTO | CARTA DA INDÚSTRIA

CARTA DA INDÚSTRIA –

Qual o perfil das empresas

que participam do Broota?

FREDERICO RIZZO –

Na maior parte são

negócios de base tecnológica. Mas também há

empreendimentos dos mais diversos segmentos. Um

que teve destaque recentemente foi a Pet Delícia,

que produz alimentos naturais para animais de

estimação. Não é de tecnologia, mas é inovadora,

pois foi pioneira no mercado. O

equity crowdfunding

geralmente têm esse perfil de empresa com aspecto

inovador e potencial de crescimento alto que

justifique o risco do investidor.

CI –

Que vantagens têm os investidores que apoiam

projetos de

equity crowdfunding

?

FR –

A primeira é o acesso a uma nova classe

de ativos que em geral não se tem acesso hoje em

dia, que são essas empresas de base inovadora.

A segunda se refere aos custos. O investidor

consegue ver empreendimentos e aportar capital

com custo de transação muito menor. A terceira

vantagem é poder diversificar seus investimentos,

porque se pode colocar pouco capital em vários

empreendimentos. E é possível investir com valores

mais baixos, porque as empresas estão dispostas a

receber quantias menores.

CI –

Quais são os riscos para quem participa desse

modelo de financiamento?

FR –

O maior risco é a perda de todo o capital

investido. E é importante estar preparado, porque

em alguns casos isso irá acontecer. Mas não é algo

exclusivo dessa modalidade, e sim da atividade de

investimento em empresas nascentes. Já para o

empreendedor, há o risco de exposição. É muito

diferente captar pela plataforma do que off-line. Apesar

de ter mais facilidade no acesso ao capital, com melhor

preço e valorização, existe o risco de exposição do

negócio por ter mais pessoas investindo.

CI –

Quais são as perspectivas de crescimento para esse

mercado?

FR –

Há tendência de aumento da busca por essa

modalidade. Em geral, o período para fechar uma rodada

de investimentos é de seis meses. Na plataforma, a média

é de um mês e meio. Do lado dos investidores é que está

a grande dúvida. Nos Estados Unidos e Inglaterra esse

modelo é muito mais desenvolvido, porque a taxa de

renda fixa e juros básicos são muito baixos e o investidor

consegue ganhar com pouco risco. No Brasil, a realidade

é outra. Então, o crescimento está sujeito ao potencial

de ganho do investidor. Mas a estimativa é que em oito

anos seja captado R$ 1 bilhão.

CI –

Como a indústria criativa do Rio pode tirar

proveito do financiamento coletivo?

FR –

Esse segmento é o que mais pode tirar proveito

desse modelo, porque alavanca iniciativas que, por serem

inovadoras, se conectam com os tempos modernos.

Para quem não está na indústria criativa é muito

difícil usar o financiamento coletivo. O foco do

equity

crowdfunding

está nas empresas criativas.

Divulgação

Modalidade de financiamento coletivo, o

equity

crowdfunding

consiste na captação de recursos de

investidores-anjo para o desenvolvimento de empresas de

micro e pequeno porte. Com investimento mínimo de mil

reais, é possível comprar títulos de dívida – que podem ser

convertidos em ações – de empreendimentos inovadores

com alto grau de escalabilidade. Em entrevista à Carta da

Indústria,

Frederico Rizzo

, fundador do Broota, primeira

plataforma desse modelo no país, fala sobre seus riscos,

vantagens e perspectivas de crescimento no país. Rizzo

participou do seminário “Novas Formas de Financiamento

– Crowdfunding”, realizado em junho, na FIRJAN.

FINANCIAMENTO COLETIVO

PARA EMPRESAS

E

ENTREVISTA