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PÁG. 9

21 A 27 DE AGOSTO | CARTA DA INDÚSTRIA

C

CONSELHOS

E FÓRUNS

Os projetos de lei do novo Código

Comercial foram o tema da reunião

do Conselho Empresarial de

Assuntos Legislativos do Sistema

FIRJAN. Convidado para debater a

proposta que tramita na Câmara dos

Deputados (PL 1.572/11), o deputado

federal Paes Landim (PTB-PI),

relator geral do PL, destacou que a

atualização tem o objetivo de dar

mais liberdade ao setor privado. “O

novo Código entendeu os anseios

do mercado”, afirmou.

De acordo com o deputado, a nova

versão deve impor o mínimo de

restrições ao empresariado, que

já é demasiadamente impactado

por intervenções do governo. “Se o

Código Comercial não entender o

mercado, como vai existir empresa

privada nesse país?”, disse.

Ele alertou ainda para a necessidade

de rever alguns aspectos do PL antes

da entrega do relatório final, prevista

para setembro deste ano: “Eu vou

tentar adiar essa data. Uma parte

do Código não foi suficientemente

debatida, como a que trata do

comércio marítimo, que precisa

se modernizar. É necessária uma

discussão mais aprofundada”.

Uinie Caminha, integrante da

Comissão de Juristas que elaborou

o projeto em andamento no Senado

(PLS 487/2013), explicou por que

ele é necessário, a despeito das leis

já firmadas pelo Código Civil: “O

Direito Civil tem princípios diferentes

do Código Comercial. Este tem uma

força simbólica maior e objetiva

defender do Estado a atividade

econômica e as empresas”.

A advogada destacou ainda os

aspectos críticos do Código

atual que devem ser modificados,

CONSELHO ANALISA MUDANÇAS NO CÓDIGO COMERCIAL E

PLEITEIA MAIS LIBERDADE À ATIVIDADE EMPRESARIAL

como o princípio da função

social da empresa. “A ideia da

Comissão foi colocar função social

e econômica, sem dissociá-las”,

afirmou Uinie Caminha.

Outro ponto alterado é o da

desconsideração da personalidade

jurídica, cuja aplicação, em caso de

mera insuficiência patrimonial, deve

ser revogada. “O principal objetivo

é não permitir que ela ocorra na

forma arbitrária que é hoje”.

Para José da Rocha Pinto,

presidente do Conselho, os projetos

em tramitação precisam atender

à realidade industrial do país. “O

legislador tem que ter em mente

o perfil da indústria brasileira, cuja

ampla maioria é de micro e pequeno

portes”, argumentou.

Lysias Itapicurú, presidente do

Instituto Brasileiro de Ciências

Empresariais, fez coro ao pedido:

“Ao legislar, é preciso que se converse

com o setor produtivo. Nós temos

uma disposição extraordinária para

isso. Nesse sentido, o trabalho da

FIRJAN tem sido hercúleo”.

Na avaliação de Lucenil Carvalho,

presidente do Sindicato das Indústrias

Metalúrgicas, Mecânicas e de Material

Elétrico no Estado do Rio de Janeiro

(Simmmerj), os projetos precisam de

uma análise mais aprofundada pelo

setor privado. “São preocupantes

algumas questões do Código, como

a repercussão que ele terá, porque

atingirá todas as empresas. Também

não sei como os municípios irão

se adaptar, pois alguns não tem

estrutura nenhuma”, disse. A reunião

aconteceu no dia 7 de agosto.

Deputado Paes Landim, João Barbará e José da Rocha Pinto, em reunião do Conselho

Vinícius Magalhães

“Se o Código Comercial

não entender o

mercado, como vai

existir empresa privada

nesse país?”

Paes Landim

Deputado Federal