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18 A 24 DE SETEMBRO | CARTA DA INDÚSTRIA
C
CONSELHOS
E FÓRUNS
A conjuntura política e econômica
do país e os caminhos para
minimizar os efeitos da
desaceleração da economia nas
empresas foram debatidos na
reunião do Conselho Empresarial
de Economia da FIRJAN. José
Mascarenhas, presidente do
Conselho, apontou os problemas
decorrentes da possibilidade de
aumento de impostos como meio
para aumentar a arrecadação
do governo. “É preciso coragem
para resolver os problemas que
se colocam. Mas o aumento de
impostos só vai piorar a situação de
um sistema que está doente. É uma
conjuntura complicada”, afirmou.
Para Claudio Frischtak, presidente
da Inter.B Consultoria, uma das
mudanças necessárias para
a melhora no desempenho
econômico do governo implica
a reavaliação de suas despesas.
“A rigidez do orçamento é tão
grande que só sobra um resíduo.
É preciso que se flexibilize isso.
Existem políticas públicas que são
colocadas em prática sem análise
do custo-benefício”, defendeu.
Claudio Tângari, presidente
do Sindicato das Indústrias
Metalúrgicas, Mecânicas e de
Material Elétrico de Nova Friburgo
(Sindmetal), destacou o excesso de
burocracia como um dos fatores
que prejudicam a competitividade
empresarial, e cujo impacto é ainda
maior no momento atual. “Vivemos
uma situação em que as empresas
não têm confiança. A carga fiscal
é extremamente elevada”, disse,
salientando também as dificuldades
impostas pelo grande volume
de obrigações acessórias para as
indústrias.
Na avaliação de Marcio Perillo,
diretor financeiro da GE Celma,
CONSELHO DISCUTE IMPACTOS DA CRISE NO
SETOR PRODUTIVO NACIONAL
a superação da crise econômica
vivida pelo país envolve a união em
torno dos temas relevantes. “O Brasil
evoluiu muito nos últimos 30 anos.
Mas temo que haja um crescimento
medíocre nos próximos anos”,
declarou Perillo.
Guilherme Mercês, assessor do
Conselho e gerente de Ambiente
de Negócios e Infraestrutura
da Federação, ressaltou as
contribuições da FIRJAN para a
recuperação da economia, como
a elaboração do documento
“Propostas do Sistema FIRJAN para
o Brasil”. “Nós criamos uma agenda
propondo medidas em que se tem
um ideal de longo prazo ajustando
no curto prazo”, disse.
PLANO DE AÇÃO
Na reunião também foram debatidas
as propostas do Plano de Ações
para o Conselho. José Mascarenhas
ressaltou a importância de se
colocar a competitividade industrial
como horizonte de atuação:
“Temos que cuidar das políticas
estruturantes para a competividade
do país. É preciso que haja foco
nessa questão”.
Entre as áreas prioritárias discutidas
está a infraestrutura com foco no
comércio exterior, além de outros
setores de impacto direto nas
economias nacional e fluminense.
“Precisamos pensar em uma agenda
de longo prazo. O Brasil é um
país com capacidade de crescer e
se tornar competitivo no futuro”,
completou Mascarenhas. A reunião
foi realizada em 9 de setembro, na
sede do Sistema FIRJAN.
Luiz Césio Caetano, José Mascarenhas e Carlos Mariani Bittencourt participaram
de reunião do Conselho Empresarial de Economia do Sistema FIRJAN
Vinícius Magalhães
“O aumento de
impostos só vai piorar a
situação de um sistema
que está doente. É uma
conjuntura complicada”
José Mascarenhas
Presidente do Conselho Empresarial
de Economia do Sistema FIRJAN