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PÁG. 3

18 A 24 DE SETEMBRO | CARTA DA INDÚSTRIA

CARTA DA INDÚSTRIA –

Quais os subsetores da

agroindústria que mais se beneficiaram com os

investimentos em inovação?

ESDRAS SUNDFELD –

A inovação na agropecuária

brasileira beneficiou de forma homogênea todos

os setores, ou seja, as grandes cadeias produtivas da

agroindústria, particularmente frutas e hortaliças, e

grãos e cereais. Também foi contemplada a pecuária,

suínos e aves e vários outros segmentos envolvidos

na produção de alimentos.

CI –

Quais são os desafios que a inovação e pesquisa

no setor enfrentam? O que tem sido feito para

superá-los?

ES –

Os grandes desafios estão situados em

assegurar a sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

Além de ampliar nossa competitividade, temos que

garantir a sustentabilidade desse negócio no longo

prazo. Temos que minimizar problemas, como gases

do efeito estufa, aquecimento global, e sobreviver

aos demais que deverão vir. Nós temos investido

não só em aumentar a produtividade das espécies,

mas também em torná-las mais resistentes às

altas temperaturas e à falta de água, situações que

imaginamos acontecer no futuro. Estamos atuando de

forma preventiva.

CI –

Como a inovação se traduz em ganhos para o

agronegócio?

ES –

Um dos grandes ganhadores desse jogo é o

próprio produtor rural. Você tem diferentes matérias-

primas, uma diversidade maior de negócios, maior

produtividade e redução de custos. Além disso,

temos a própria indústria como uma grande ganhadora,

porque tem insumos de maior qualidade, especialmente

desenhados para o negócio industrial, também a custo

menor e com regularidade de fornecimento. Por último,

ganha o setor de distribuição e os consumidores, porque

dispõem de produtos de melhor qualidade e preço. É um

jogo de ganha-ganha.

CI –

Em comparação com os principais competidores

globais, em que estágio o Brasil se encontra nos

investimentos em tecnologia?

ES –

O Brasil é o número um em inovação

agropecuária voltada para os trópicos. Nós não temos

nenhum concorrente à altura. Isso se deve a 40 anos

de investimento em mão de obra e políticas públicas

consistentes. E diria também que o empresariado e o

próprio produtor nos ajudaram muito, na medida em

que têm muita garra nesse negócio. São parceiros

excelentes para o desenvolvimento. Saímos de uma

situação, na década de 70, em que éramos importadores

de alimentos, e hoje somos um dos maiores exportadores

de alimento do mundo. Trinta por cento da nossa produção

é exportada.

CI –

Como avalia a atuação do Sistema FIRJAN no

desenvolvimento desse segmento?

ES –

Nós temos uma parceria de longa data com a FIRJAN.

Temos feito pesquisa e desenvolvimento conjunto, em

parceria com o Centro de Tecnologia SENAI (CTS) Alimentos

e Bebidas, em Vassouras. Além disso, existe essa cooperação

em torno de um elo que nos une, que é a matéria-prima

agrícola. É uma parceria natural, e nós trabalhamos em

etapas complementares da cadeia produtiva.

Antonio Batalha

Os investimentos em tecnologia na Agroindústria

alçaram o Brasil à posição de líder em inovação nesse

setor. A informação é de

Esdras Sundfeld

, chefe

adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa

Agroindústria de Alimentos. Em entrevista à Carta da

Indústria, ele fala sobre os impactos das inovações

tecnológicas nesse segmento e os desafios que ainda

precisam ser superados para sua expansão. Sundfeld

participou da reunião do Conselho Empresarial de

Tecnologia do Sistema FIRJAN, em agosto.

INOVAÇÃO

COMO CHAVE PARA O DESENVOLVIMENTO AGROPECUÁRIO

E

ENTREVISTA