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PÁG. 7

18 A 24 DE SETEMBRO | CARTA DA INDÚSTRIA

O Sistema FIRJAN se manifesta de forma veemente

contra a apropriação pelo governo de um terço

das contribuições do setor privado ao Sistema S,

proposto dentro do pacote econômico anunciado

em 14 de setembro. No Estado do Rio de Janeiro,

essa medida, somada às alterações na Lei do

Bem, também incluídas no pacote, inviabilizaria

o atendimento a 200 mil alunos do SESI e SENAI,

afetando a vida, se incluídas as famílias, de 1 milhão

de pessoas. Mais: significaria interromper o futuro

de jovens que, na maioria, têm nesses cursos e

oficinas sua única – e melhor – chance de acesso

a uma qualificação fundamental para, num cenário

de crise, manter seus empregos ou buscar novas

oportunidades no mercado.

Para o SESI Rio, a redução no orçamento implicaria

em suspender 320 mil exames e consultas

médicas e odontológicas, a baixo custo e de

alta qualidade, além da redução na oferta de

cursos profissionalizantes nas 40 comunidades

pacificadas nas quais o programa SESI Cidadania

atua. A iniciativa já beneficiou, só em projetos

educacionais, cerca de 32 mil moradores de áreas

com Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).

No Rio de Janeiro, o SESI e o SENAI possuem 160

unidades fixas e móveis, e se fazem presentes em

cerca de 450 pontos de atendimento em todo o

estado. Só em 2014, o SESI fez mais de 2,2 milhões

de atendimentos nas áreas de Saúde, Esporte e

Lazer, e Cultura.

Mais de 2,3 mil indústrias utilizam o SENAI para

a qualificação e profissionalização de seus

trabalhadores, e, em 2015, apesar da recessão, o

índice de alunos empregados após os cursos é

de 60%. Quatro modernos Centros de Tecnologia

(Solda, Automação e Simulação, Alimentos e

Bebidas, e Ambiental), equipados com simuladores

de última geração, formam profissionais preparados

para implantar e atuar em práticas, processos e

ambientes inovadores. Nos últimos cinco anos,

5.332 empresas receberam assessoria em inovação

via SENAI, e R$ 22 milhões foram captados em

editais da área. O SENAI Rio foi o primeiro no

Brasil a ter o FabLab, um laboratório de inovação

e criatividade desenvolvido pelo Instituto de

Tecnologia de Massachusetts (MIT).

Os resultados mostram que esse é um sistema que

dá certo. Pesquisas recentes feitas pelo Sistema

FIRJAN apontam que 92% dos empresários de

indústrias do Rio de Janeiro têm uma imagem

positiva do SESI, e 95%, do SENAI. A imagem positiva

junto aos trabalhadores da indústria é ainda mais

alta: 97% em relação ao SENAI e 96%, ao SESI.

O orçamento do Sistema S é gerado pelas

contribuições do próprio setor privado,

revertidas exclusivamente para o trabalhador

e a comunidade em geral, não derivando de

recursos governamentais. A modificação na Lei do

Bem, transferindo para o Sistema S os custos do

benefício fiscal dado às empresas que investirem

em pesquisa e tecnologia, eleva para 50% as perdas

no orçamento. No Rio de Janeiro, esse número

pode ser ainda mais dramático, pela presença de

empresas com forte investimento em inovação,

como, por exemplo, a Petrobras.

Há que se ressaltar a inconstitucionalidade da

Medida Provisória prevista pelo governo. As

contribuições recolhidas da folha de pagamento

das indústrias para SESI e SENAI estão garantidas

pelo artigo 240 da Constituição Federal, que veda o

desvio desses recursos para financiar a Previdência

Social. Essa contribuição, como reza o artigo

6º da Constituição, é essencial à realização dos

direitos sociais do trabalhador. Os argumentos são

suficientes para se contestar judicialmente a MP.

Todos esses fatos e dados corroboram a enorme

relevância do SENAI e do SESI para a população do

Rio de Janeiro, e embasam a indignação do Sistema

FIRJAN com medidas que comprometeriam seu

funcionamento. Ainda mais quando essas medidas

não espelham um compromisso do governo em

fazer um ajuste fiscal verdadeiro, permanente e com

visão de longo prazo, como o que o Sistema FIRJAN

vem defendendo de maneira insistente desde o

início da crise.

FIRJAN: CORTE NO ORÇAMENTO DE SESI E SENAI AMEAÇA

FUTURO DE JOVENS E EMPRESAS NO ESTADO DO RIO