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18 DE ABRIL A 1º DE MAIO DE 2016 | CARTA DA INDÚSTRIA

G

GERAL

Apesar do cenário de crise

econômica, há oportunidades que

podem destravar os investimentos

em infraestrutura no país. Um

exemplo é a linha de financiamento

criada pelo Banco Nacional do

Desenvolvimento Econômico

e Social (BNDES) exclusiva para

a elaboração de projetos, com

orçamento total de R$ 200 milhões

não reembolsáveis. O BNDES

Estruturação de Projetos prevê a

contratação, por parte dos estados

e municípios, de consultorias de

engenharia independentes para a

elaboração de estudos e projetos

em infraestrutura.

Em sua terceira fase, o Programa de

Aceleração do Crescimento (PAC)

também pode alavancar negócios

em infraestrutura. Neste ano, a

iniciativa disponibilizará R$ 5 bilhões

para cerca de 800 estudos, planos

e projetos em áreas como logística,

energia, social e urbana. Serão

priorizados investimentos como a

construção de rodovias, ferrovias,

portos, e empreendimentos para

geração de energia elétrica.

“Em um momento de restrição

é preciso priorizar a carteira de

projetos. Além disso, é preciso

avançar na infraestrutura por meio

de concessões e Parcerias Público-

Privadas (PPPs)”, destacou Mauricio

Muniz, secretário do PAC. Segundo

ele, o Programa de Investimentos em

Logística (PIL) também abrirá novas

oportunidades no médio prazo, com

investimentos projetados da ordem

de R$ 198,4 bilhões até 2018.

OPORTUNIDADES

NO SETOR ELÉTRICO

Também trazem possibilidades para

a expansão da infraestrutura os

planos para integração do sistema

elétrico dos países da América do

Sul. Nos aportes previstos pela

principal empresa de energia

elétrica do país, a Eletrobras, serão

destinados R$ 50,3 bilhões em

empreendimentos de transmissão.

Desse total, 8,9% são voltados para

o desenvolvimento de estudos em

engenharia. “Integrar a energia

no continente é um dos objetivos

que temos perseguido”, alertou

José da Costa Carvalho Neto,

presidente da Eletrobras.

De acordo com Mauro Viegas Filho,

presidente da Associação Brasileira

de Consultores de Engenharia

(ABCE), um caminho para destravar

investimentos é priorizar a fase

de planejamento dos projetos, de

forma a garantir maior eficiência na

execução dos empreendimentos.

Ele sugere a criação de um PAC

Projetos para reunir os recursos

destinados a estudos de engenharia

sob uma única coordenação.

“Temos muitos projetos previstos

no orçamento, mas não há gestão

para executá-los. Com isso, muitos

não são implantados”, destacou ele,

que também preside o Conselho de

Infraestrutura da FIRJAN.

A análise é reforçada por Reyes

Juárez, presidente da Federação

Panamericana de Consultores,

que destaca a falta de maior

estruturação no planejamento como

um desafio comum aos países da

América Latina. “Nos últimos cinco

anos, os países da América do Sul

têm sofrido uma desaceleração

que impressiona. É importante não

recuar nos investimentos, e, mais

ainda, que os projetos nasçam com

uma boa preparação”, disse.

O tema foi abordado no “Seminário

Internacional: Destravando

Investimentos de Infraestrutura no

Brasil e na América Latina 2016 –

A Visão da Engenharia”, realizado

pela ABCE, em 29 de março, na sede

da Federação.

LINHAS DE FINANCIAMENTO E INVESTIMENTOS EM LOGÍSTICA

ABREM OPORTUNIDADES PARA FOMENTO À INFRAESTRUTURA

Mauro Viegas Filho sugere a criação de um PAC Projetos para otimizar investimentos

Guarim de Lorena