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27 DE JUNHO A 10 DE JULHO DE 2016 | CARTA DA INDÚSTRIA

O Sistema FIRJAN lamenta a

decretação de estado de calamidade

pública do governo do estado do

Rio, em 17 de junho. A grave crise

financeira que levou a esse anúncio,

no entanto, não é recente nem

exclusiva do governo estadual. O

problema do déficit das contas

públicas é estrutural e atinge tanto as

esferas municipais e estaduais quanto

o governo federal.

A Federação acredita

que essa situação está

diretamente relacionada ao

elevado comprometimento

do orçamento com as despesas

obrigatórias, o que em momentos

de queda de receita se traduz em

aumento da dívida pública.

A superação do desequilíbrio

fiscal passa, necessariamente, pela

implementação de ações estruturais,

uma vez que o problema não será

resolvido no curto prazo. Como

medida emergencial, a FIRJAN

defende que o Projeto de Emenda

Constitucional (PEC), proposto

pelo governo federal para limitar o

crescimento dos gastos públicos à

variação da inflação, seja estendido

para estados e municípios.

A proposta foi absorvida pelo

presidente interino Michel Temer

no acordo de renegociação da

dívida dos estados, em 20 de junho.

Temer exigiu, como contrapartida à

suspensão do pagamento da dívida

até o fim deste ano, que as bancadas

dos governos estaduais no Congresso

Nacional se comprometam a aprovar

a PEC, ampliando-a também para os

entes federativos.

A PEC caminha na direção de

eliminar uma dinâmica danosa à

economia, em que os gastos do

governo superam a capacidade

de arrecadação. A adoção dessa

medida se faz ainda mais importante

na atual conjuntura, em que a dívida

cresce de forma preocupante e não

há mais como recorrer à inflação e

ao crescimento da carga tributária,

com criação de novos impostos,

como fontes de financiamento das

despesas públicas.

INCENTIVO A PPP

s

A FIRJAN entende que a rápida

aprovação dessa proposta pelo

Congresso Nacional é crucial não

só para o equilíbrio das contas

governamentais, como também para

o controle da inflação e a retomada

do crescimento econômico.

“Estender a PEC é um primeiro

passo, mas não é suficiente.

Precisamos de medidas adicionais.

Uma delas é a privatização, com

o incentivo a Políticas Público-

Privadas (PPPs), onde o estado

pode arrecadar recursos e estimular

investimentos”, explicou Guilherme

Mercês, gerente de Estudos

Econômicos do Sistema FIRJAN.

Para a Federação, essa iniciativa

deve ser acompanhada por outras

ações igualmente importantes,

como a reestruturação das contas

públicas estaduais, reavaliando

as prioridades das despesas

governamentais e adequando os

gastos à capacidade de arrecadação.

METAS PARA A DÍVIDA PÚBLICA

A fim de contribuir para o

reequilíbrio fiscal do país, a

Federação também propõe um

sistema de metas para a dívida

pública, cujo teto deve ser definido

por um organismo independente,

como um Conselho Fiscal Nacional.

Por entender que a crise fiscal

se dá em todas as esferas da

administração pública, a FIRJAN

defende que essa iniciativa seja

acompanhada de mecanismos

que responsabilizassem governos

federais, estaduais e municipais pelo

cumprimento da meta.

SUPERAÇÃO DO ESTADO DE CALAMIDADE PÚBLICA DO GOVERNO

ESTADUAL EXIGE MEDIDAS ESTRUTURAIS NA ÁREA FISCAL

O presidente interino Michel Temer e governadores debateram as dívidas dos estados

Agência Brasil

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