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25 DE JULHO A 7 DE AGOSTO DE 2016 | CARTA DA INDÚSTRIA

E

ENTREVISTA

CARTA DA INDÚSTRIA –

A estratégia de resiliência

para o Rio fala de adaptações necessárias com relação

à mudança do clima, economia circular e coesão social.

Como as empresas serão mobilizadas a integrar essa

iniciativa?

LUCIANA NERY –

Temos projetos relativos ao

Rio +B, uma ação do Sistema B, da Prefeitura do Rio

e de diversas outras organizações que une empresas

que querem melhorar seu impacto social e ambiental.

Essas companhias preenchem um questionário de

autoavaliação e, com isso, podem investigar como

melhorar em relação a seu impacto ambiental. O setor

privado está envolvido em todos os aspectos. Hoje, o

debate sobre mudança climática não trata apenas sobre

o que as empresas podem fazer para evitar o problema,

mas também de como elas serão afetadas. Em relação

à coesão social, por exemplo, o setor privado tem um

aspecto cultural de muito valor, inclusive de preparação

para crises e desastres.

CI –

Trata-se de um plano que temmetas a médio e longo

prazos. Como a Prefeitura espera que o engajamento se

mantenha, mesmo com a alternância de governos?

LN –

Nós temos muitas parcerias com instituições

nacionais, internacionais, academia, diversas

organizações não governamentais e comunidades.

Independentemente do que acontecer, mudando a

gestão, essas pessoas poderão bater à porta da Prefeitura

e exigir mais resiliência.

CI –

Qual será a principal contribuição da indústria para

uma economia diversificada e circular?

LN –

A indústria sempre tem opções, mas as mudanças

climáticas estão restringindo-as e abrindo outras

relativas a energias renováveis e a práticas com menores

emissões de carbono, por exemplo. Hoje, o imposto

sobre carbono não é uma realidade, mas pode vir a

sê-lo. E aí, quem já estiver investindo nisso terá uma

vantagem competitiva muito maior. A economia circular

também traz muitas oportunidades, inclusive para

geração de empregos. É um modelo que fomenta tanto

a base da pirâmide, com os catadores, como toda a

indústria química de transformação, porque estamos

falando de reuso e reciclagem.

CI –

Uma das iniciativas pretende avaliar os impactos

socioambientais dos investimentos. Como será feita

essa abordagem?

LN –

Existem ferramentas internacionais que permitem

esse tipo de avaliação. Estamos estudando as mais

adequadas ao Rio de Janeiro. O que sabemos é que

uma economia muito concentrada como a nossa causa

danos grandes ao estado. A diversificação e a economia

inclusiva não é mais opcional. Ser de baixo carbono e

circular é um passaporte para o futuro, inclusive para o

aumento da competitividade.

CI –

Está previsto no plano estratégico do Rio

Resiliente a criação de uma agência para promoção da

economia circular. Que iniciativas serão desenvolvidas?

LN –

Nossa intenção é que ela esteja baseada em

três pilares. Um é na identificação de indústrias e o

potencial de circularidade, de forma que o resíduo de

uma possa ser o insumo de outra. O primeiro passo

seria mapear o ecossistema industrial para entender as

conexões possíveis; um segundo aspecto é o cuidado

com compostos orgânicos; e o terceiro é o apoio

ao empreendedorismo.

Vinícius Magalhães

Criado pela Prefeitura do Rio de Janeiro em 2015,

o Rio Resiliente desenvolve ações para aumentar a

capacidade de resistência da cidade aos desafios do

espaço urbano. Em entrevista à Carta da Indústria,

Luciana Nery

, gerente de Resiliência da Prefeitura,

explica as oportunidades que a iniciativa traz para

o setor produtivo e os projetos que impactarão

a indústria nos próximos anos. Ela participou de

reunião do Conselho Empresarial de Meio Ambiente

do Sistema FIRJAN, em julho.

RESILIÊNCIA

E AS OPORTUNIDADES PARA A INDÚSTRIA