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23 DE JANEIRO A 5 DE FEVEREIRO DE 2017 | CARTA DA INDÚSTRIA

em Geral do Município do Rio de

Janeiro (Sindbebi), destaca que o

volume de impostos engessa as

empresas do setor: “A indústria

de bebidas já é sobrecarregada

de IPI e ICMS. Essa alta tributação

tem resultado, nesse momento de

retração econômica, em queda

nas vendas, pois os produtos ficam

mais caros e a população perde

poder de compra”.

Ciente desses entraves, a FIRJAN

também apoia a adoção de um

amplo programa de venda de ativos,

o ajuste do prazo para pagamento

de tributos nos três níveis de

governo, e uma regulamentação

única para o ICMS.

EFEITO CONTRÁRIO

Segundo o estudo mais recente

da FIRJAN sobre a carga tributária

na Indústria da Transformação, o

aumento de tributos para ajuste

das contas públicas não resulta em

incremento da arrecadação.

O efeito é justamente o contrário:

com baixa capacidade para pagar

impostos, as indústrias se veem

obrigadas a fechar as portas,

deixando de contribuir para o Estado.

Exemplo disso é que, em 2015,

apesar do aumento de alíquota de

alguns tributos, como PIS/Cofins

sobre combustíveis e Contribuição

Social sobre o Lucro (CSSL) do

setor financeiro, o número de

empresas fechadas foi o mais alto

dos últimos 16 anos.

Na avaliação do empresário Ronaldo

Castilho Thomaz, sócio da ByWer,

do segmento Plástico, além do peso

da carga tributária, o prazo para

pagamento dos tributos é outro

problema preponderante para o setor

produtivo. De acordo com ele, a

indústria é obrigada a pagar impostos

com prazos mais curtos do que os

que têm para receber pelas vendas.

“Com isso, a empresas vão ficando

totalmente descapitalizadas. Muitas

vão ao mercado financeiro pegar

empréstimo para pagar imposto”,

pontuou Thomaz.

Ele ressalta que, em decorrência

dessa distorção, há perda da

capacidade de investimento:

“Se não houvesse o descasamento

do fluxo de caixa, e com uma

carga mais leve, as empresas teriam

condição de produzir mais,

trazer mais tecnologias e buscar

mercados externos. No meu caso,

tenho um projeto de expansão da

fábrica, de mais de dois mil metros,

que está engavetado em função

desses problemas”.

A perda de competitividade e da

capacidade de investir da indústria

pode ser observada também pela

sua baixa participação nos impostos

que incidem sobre o lucro, como

o Imposto de Renda sobre Pessoa

PROPOSTAS DA FIRJAN PARA REDUZIR A CARGA TRIBUTÁRIA

REFORMA DA

Previdência

PROGRAMA DE VENDA

DE Ativos Públicos

AJUSTE NO PRAZO

DE recolhimento

dos tributos

NOVO PROGRAMA DE

REFINANCIAMENTO DE

DÉBITOS TRIBUTÁRIOS

(REFIS)

REGULAMENTAÇÃO

ÚNICA PARA O

ICMS

Jurídica (IRPJ) e CSSL. A redução

da contribuição industrial em

comparação com outros setores

indica perda da sua margem de

lucro, aponta o estudo da FIRJAN.

Guilherme Mercês, gerente de

Estudos Econômicos da Federação,

explica que esse cenário tem

origem na inadequação da estrutura

tributária em relação à economia

brasileira. “No passado, a indústria

era o segmento econômico

preponderante, e por isso os

impostos foram desenhados para

reincidir sobre ela. Essa realidade

mudou, e a estrutura ficou

inadequada. Além disso, vai contra

as melhores práticas internacionais,

nas quais o setor praticamente não

paga tributos”, disse.

Para ler a íntegra do estudo

“Carga Tributária para a Indústria

de Transformação”, acesse:

www.firjan.com.br/publicacoes.