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PÁG. 6

23 DE JANEIRO A 5 DE FEVEREIRO DE 2017 | CARTA DA INDÚSTRIA

EXCESSO DE FERIADOS NACIONAIS PREJUDICA PRODUTIVIDADE

DO SETOR INDUSTRIAL E PODE GERAR PERDAS DE R$66,8 BILHÕES

Oazen explica que indústria plástica também é afetada pelo excesso de feriados

Fabiano Veneza

O excesso de feriados é um fator

negativo para a produtividade do

setor industrial e, por isso, precisa de

alternativas eficazes. Este ano, serão

nove paralisações nacionais e cinco

pontos facultativos, dos quais três já

são considerados tradicionalmente

como dias não trabalhados:

segunda e terça-feira de Carnaval

e Corpus Christi. Desse total, cinco

cairão terças ou quintas-feiras, o

que favorece o ‘enforcamento’

dos dias úteis. Esse excesso de

paralisações pode gerar perdas de

R$66,8 bilhões. Este quadro, em um

cenário de endividamento do estado

e recessão econômica, e somado

aos feriados estaduais e municipais,

representa graves entraves à

competitividade de diversos setores.

De acordo com Marcelo Oazen,

diretor da Plastlab, qualquer mês

com mais de duas paralisações,

somadas aos sábados e domingos,

é menos produtivo, e especialmente

para as micro e pequenas empresas

podem adicionar um alto custo à

produção: “No setor plástico, as

indústrias desse porte costumam

precisar de 19 dias úteis para

equilibrar suas contas. O lucro

vem a partir do 21º. Em meses

com apenas 22 dias trabalhados,

como dezembro, por exemplo, os

prejuízos são muito grandes”.

Ele defende que é preciso buscar

soluções para minimizar o impacto

econômico do excesso de feriados

na economia. “Não podemos ter

mais do que um por mês. Essas

paralisações em excesso são um

dos piores problemas da indústria

nacional”, justifica Oazen, que

também é vice-presidente do

Sindicato da Indústria de Material

Plástico do Estado do Rio de

Janeiro (Simperj).

queda de produção”, exemplificou

Feghali, que é representante do

Sindicato das Indústrias Mecânicas e

de Material Elétrico do Município do

Rio de Janeiro (Simme).

A fim de solucionar esse gargalo, o

Sistema FIRJAN defende a adoção

de medidas que respeitem o direito

dos trabalhadores, sem prejudicar

os negócios. Uma das sugestões

é deslocar os feriados que caírem

no meio da semana para segunda

ou sexta-feira, a fim de evitar

enforcamentos de dias úteis. Outra

medida eficiente para meses com

mais de um feriado é preservar o

número de dias úteis juntando todas

as paralisações em uma só.

Para Oazen, as propostas atendem

às necessidades das indústrias,

principalmente para os setores

que funcionam 24 horas, e têm

prejuízos ainda maiores. “Algumas

máquinas levam de duas a três

horas para trabalhar com a peça

ajustada. Quando tem um feriado,

“Não podemos ter mais

do que um feriado por

mês. Essas paralisações

em excesso são um

dos piores problemas da

indústria nacional”

Marcelo Oazen

Diretor da Plastlab

Renan Feghali, vice-presidente do

Conselho Empresarial de Política

Social e Trabalhista da FIRJAN,

destaca que o alto número de

feriados traz perdas significativas para

todos os setores da economia. “Esse

excesso ocasiona um ciclo vicioso

no qual o consumidor perde oferta e

a indústria perde demanda, deixando

de gerar renda. É um problema

para quem vende e para quem

compra. O turismo, principal área

de interesse dos feriados, é outro

setor que perde força por conta da

C

MATÉRIA

DE CAPA