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17 A 30 DE ABRIL DE 2017 | CARTA DA INDÚSTRIA
COM RECURSOS NÃO REEMBOLSÁVEIS, EDITAL DE INOVAÇÃO
VIABILIZA CHEGADA DE PRODUTOS INOVADORES AO MERCADO
Empresas que buscam
desenvolver novas tecnologias
têm no Edital de Inovação para a
Indústria (antigo Edital SENAI SESI
de Inovação) uma oportunidade
para isso. Uma das inovações
que chegarão em breve ao
mercado, com apoio da iniciativa,
é o Nucleário, sistema de plantio
florestal de baixo custo idealizado
pela Fractal.
O produto, feito com materiais
biodegradáveis, está sendo
desenvolvido em parceria com
os Institutos SENAI de Tecnologia
(IST) Automação e Simulação e
Ambiental. De acordo com Bruno
Pagnonceli, sócio-fundador da
Fractal, a previsão é que 500
protótipos sejam apresentados a
empresas especializadas ainda no
primeiro semestre deste ano.
“Já existe um mercado de plantio,
o nosso produto vai só simplificar
o processo e baratear o custo
para as empresas. Com o edital,
além do subsídio para desenvolver
o protótipo, foi possível construir
parcerias. Fizemos pontes
importantes com fornecedores
industriais e de matérias-
primas, facilitadas pelo SENAI,
além de contar com a equipe
especializada dos ISTs”, avaliou.
Segundo Pagnonceli, para as
empresas de base tecnológica,
uma iniciativa como o Edital
de Inovação para a Indústria
representa uma porta de acesso
ao mercado: “Como nossa ideia
envolve alto risco tecnológico,
conseguir financiamento privado
é mais difícil. Desenvolver um
protótipo é caro e há o risco de
não saber se a inovação de fato
dará certo”.
nos oferecer os ensaios necessários
à aprovação do produto. Como
microempresa, não temos dinheiro
para pagar pelos testes que avaliam,
por exemplo, se o produto é de fato
biodegradável e se não contamina
o plantio. Eles são fundamentais
para que os tubetes possam ser
comercializados”, explicou.
O Ombrelone, que utiliza a energia
solar para gerar eletricidade,
também é uma tecnologia
desenvolvida com investimento do
Edital de Inovação para a Indústria.
Os primeiros protótipos foram
expostos no campo de golfe dos
Jogos Olímpicos Rio 2016. Henrique
Drumond, sócio da Insolar, startup
que criou o produto, destaca que
o apoio obtido com os recursos
dos ISTs Automação e Simulação e
Ambiental foram fundamentais para
que o projeto fosse bem-sucedido.
“Poder contar com o SENAI dá
mais confiança em relação ao
sucesso do projeto. Há toda
PRODUTO BIODEGRADÁVEL
Outra tecnologia voltada para o
reflorestamento que chegará
ao mercado com apoio do
edital é o tubete de mandioca
biodegradável da CBPak. Tratam-se
de recipientes utilizados para
desenvolver sementes para o
plantio de mudas. Os produtos
disponíveis no mercado atualmente
são feitos de plástico, gerando
grande volume de resíduos ao final
do consumo.
A fim de contribuir para a melhoria
desse processo, Claudio Bastos,
CEO da CBPak, criou uma solução
que usa como matéria-prima a
casca da mandioca. Com isso, o
produto pode ser enterrado junto
com as mudas, sem gerar resíduos.
A empresa, que já havia participado
do edital em 2013, foi selecionada
no ano passado para desenvolver
este projeto.
“Somente o conhecimento do SENAI
na área de meio ambiente poderia
Claudio Bastos, da CBPak: inovação ao usar mandioca como matéria-prima de tubetes
Fabiano Veneza
R
RADAR
INOVAÇÃO