Previous Page  4 / 12 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 4 / 12 Next Page
Page Background

PÁG. 4

1º A 14 DE MAIO DE 2017 | CARTA DA INDÚSTRIA

INCENTIVOS FISCAIS: RETOMADA DA POLÍTICA É

PRIMORDIAL PARA FOMENTAR ECONOMIA FLUMINENSE

A decisão da Justiça que proíbe

o Poder Executivo fluminense

de conceder, ampliar ou renovar

incentivos fiscais paralisou

investimentos no estado do Rio.

Sem essa política, usada para

manter e atrair empresas, a

economia fluminense perde

competitividade na chamada

guerra fiscal praticada pelos

entes federativos.

Num dos desdobramentos

desse cenário, esteve em risco,

recentemente, a continuidade

de convênios com incentivos

do Conselho Nacional de

Política Fazendária (Confaz) com

vencimento em abril. A renovação

foi adiada por duas vezes, pois

sua aprovação dependia de

unanimidade entre as Secretarias

de Fazenda dos 26 estados e do

Distrito Federal. O Rio de Janeiro

estava proibido de participar, por

decisão do Tribunal de Justiça do

Rio, em reposta a uma ação do

Ministério Público movida em 2016.

A prorrogação dos convênios só

foi autorizada em 25 de abril, após

o governo do estado enviar uma

petição solicitando ao Ministério

Público sua participação na

votação do Conselho. Caso o

estado do Rio se abstivesse, setores

fundamentais, como o de saúde,

seriam impactados com aumento

de alíquota do ICMS.

De acordo com Priscila Sakalem,

coordenadora Jurídica Tributária

e Fiscal do Sistema FIRJAN, a

participação do governo estadual

na votação abriu um precedente

positivo: “É uma indicação de que

nas próximas reuniões do Confaz,

a Secretaria de Fazenda fluminense

estaria autorizada a participar. Nesse

Um dos investimentos já cancelados

pela suspensão dos incentivos

fluminenses é a instalação de

uma fábrica de latas de alumínio e

garrafas de vidro da Ambev, no Rio

de Janeiro. “A recente desistência

da Ambev de se instalar no estado

do Rio é um exemplo do que pode

ocorrer diante da insegurança

relativa a incentivos. Essa desistência

da empresa só resultou em perdas,

pois sua chegada geraria uma

arrecadação adicional, contribuindo

para reativação da economia”,

explicou Guilherme Mercês,

gerente de Estudos Econômicos

da Federação.

ALTERNATIVAS

Segundo ele, diante do cenário

atual, nocivo à competitividade

das empresas, é preciso que o

governo lance mão de políticas

que possam fomentar negócios

para o setor privado e reequilibre

as contas públicas. “Temos algumas

caso, ficariam excluídos da ação

civil pública do Ministério Público

os convênios celebrados pelo

Conselho. É algo muito positivo.

Além disso, permite que os preços

de medicamentos e vacinas,

fundamentais para a população,

não tenham seu patamar alterado”.

Apesar da vitória no Confaz, a

proibição judicial para concessão

de incentivos no estado do Rio

impõe desafios para a superação

da crise econômica fluminense.

A suspensão da política ameaça

uma carteira de investimentos

de R$ 42 bilhões programados

para os próximos três anos. Uma

pesquisa feita pela FIRJAN junto a

199 empresas aponta que, com o

cancelamento de incentivos, mais

da metade fechará as portas.

Desse total, 60% pretende

transferir-se para outros estados

com política fiscal mais atrativa.

E

ESPECIAL

INCENTIVO

Atrair novas

indústrias

para o estado

INCENTIVO X RENÚNCIA FISCAL

RENÚNCIA

Gerar novos

empregos

Gerar nova

arrecadação

do ICMs

Manter a

indústria no

estado

Manter

empregos

Manter a

arrecadação

do ICMs

Fonte: Sistema FIRJAN