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ANO XVIII | 754 | SETEMBRO | 2017

Sistema FIRJAN

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ENTREVISTA

O acordo entre

Mercosul e União Europeia

ajudará a ampliar o acesso

ao mercado das empresas

brasileiras”

comercial no país. Hoje, as medidas de

defesa comercial afetam um percentual

muito pequeno das nossas importações.

Em 2016, esse número foi de apenas 1%,

enquanto os casos de petições protoco-

ladas, abertura de investigação e de me-

didas aplicadas caíram.

CI – E como ficará a avaliação de in-

teresse público em medidas de defesa

comercial?

Marcela Carvalho:

A avaliação de inte-

resse público analisa o impacto da im-

posição de medidas de defesa comercial

sobre os agentes econômicos como um

todo. Nos casos em que as partes inte-

ressadas detectarem algum potencial

negativo, o procedimento a ser segui-

do é acionar a Camex, recomendando

que a medida seja suspensa ou alterada.

A discussão acerca de interesse públi-

co sempre existiu, embora nunca tenha

sido regulamentada. O principal tema

hoje é definir o que é interesse público,

pois ele consiste em analisar questões

diversas das medidas antidumping, ava-

liando qual será o impacto na cadeia, se

a beneficiária do direito antidumping é

um oligopólio ou monopólio, se há exis-

tência de outras origens disponíveis para

importação do mesmo bem que não são

afetadas por um direito antidumping etc.

Existe um campo muito delimitado na

investigação para medidas de defesa co-

mercial, o que não acontece com o inte-

resse público. Desse modo, a Resolução

Camex nº 29/2017 define melhor como

se dá uma abertura de um processo de

interesse público, quais são as bases,

como pode ser iniciado, os prazos, entre

outros fatores.

CI – Firmar um acordo entre o Merco-

sul e a União Europeia é uma das prio-

ridades para este ano?

Marcela Carvalho:

É uma prioridade do

governo como um todo, já que esse será

o primeiro grande acordo que o Mer-

cosul irá firmar. A ideia é que haja um

compromisso político de finalização do

acordo na reunião ministerial da Orga-

nização Mundial do Comércio (OMC),

que acontecerá em Buenos Aires, em

dezembro deste ano. Esse acordo aju-

dará a ampliar o acesso ao mercado das

empresas brasileiras.

CI – E o acordo bilateral entre Brasil e

México, quais são as perspectivas?

Marcela Carvalho:

O México é um país

importante da Associação Latino-Ame-

ricana de Integração (Aladi) com o qual

não temos acordos amplos. Por isso,

também é uma prioridade para o Brasil

promover facilidades para as empresas

nacionais que queiram entrar no mer-

cado mexicano. O acordo é difícil, mas

está sendo conduzido da melhor forma

Foto: Arquivo Camex