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CARTA DA INDÚSTRIA

www.firjan.com.br

possível internamente, além de ter apoio

do setor privado. Esperamos concluí-lo o

quanto antes.

CI – O que vem sendo feito em relação

à facilitação de investimentos?

Marcela Carvalho:

Na década de 90, o

Brasil assinou alguns Acordos de Prote-

ção e Promoção de Investimentos, que

tinham cláusulas específicas, como ar-

bitragem investidor-Estado e expropria-

ção indireta. Quando foi ao Congresso

Nacional, elas foram rejeitadas por se

entender que havia um benefício adicio-

nal ao investidor estrangeiro em relação

ao empresário brasileiro. Desde então,

pensa-se em como contornar essas

cláusulas. Assim, há dois anos, o gover-

no brasileiro retomou a discussão so-

bre um novo modelo para o Brasil, que

resultou nos Acordos de Cooperação

e Facilitação de Investimentos (ACFI),

modelo brasileiro de acordo de investi-

mentos que trazem várias novidades em

termos de governança, agendas temá-

ticas e soluções de controvérsias com

foco em mediação. Foi a partir deles

que, inclusive, veio a ideia da criação de

um

ombudsman

de investimentos. Esses

acordos vêm sendo bastante elogiados

internacionalmente, pois buscam incen-

tivar o investimento recíproco por meio

de estabelecimento de mecanismo in-

tergovernamental bilateral para divulga-

ção de oportunidades, intercâmbio de

informações e lançamento de iniciativas

de facilitação de negócios. É o nosso

texto que está sendo discutido na OMC

com relação à facilitação de investimen-

tos. Até o momento, o Brasil já assinou

ACFIs com Angola, Chile, Colômbia, Ma-

láui, México, Moçambique e Peru.

CI – A Camex planeja alguma política

específica voltada para micro, peque-

nas e médias empresas?

Marcela Carvalho:

No que diz respeito a

nossa atuação, tem-se pensado em uma

revisão das questões de financiamento

e seguros de crédito à exportação para

essa categoria. A diretriz é avaliar se as

medidas aplicadas, até então, estão sen-

do eficazes e o que pode ser melhorado,

principalmente em termos de seguro de

crédito. Queremos adaptar essa ferra-

menta à realidade das MPMEs brasileiras.

A diretriz é avaliar

o que pode ser melhorado,

principalmente em termos

de seguro de crédito para

as MPMEs”

Foto: Vinícius Magalhães