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C

MATÉRIA

DE CAPA

O setor de petróleo e gás

sofre hoje uma estagnação

nos investimentos. Dada a

sua grande participação no

Produto Interno Bruto (PIB)

do país, torna-se necessário

estabelecer uma política

industrial estruturada e

específica para o setor.

“É preciso atuar de forma

coordenada nos principais

gargalos que dificultam

a indústria a atingir

competitividade do ponto de

vista global. Uma política para

o setor deve incluir temas

como tecnologia e inovação,

recursos humanos, tributos

e financiamento, primando

por estímulos e não por

penalidades”, afirma o diretor

geral da Organização Nacional

da Indústria do Petróleo (Onip),

Eloi Fernández y Fernández.

Para o presidente do Sistema

FIRJAN, Eduardo Eugenio

Gouvêa Vieira, é necessário estruturar um

calendário com as rodadas de licitação: "Essa política

específica deve permitir previsibilidade de demanda

para a indústria".

“Para se fabricar um equipamento para daqui a

três anos, em alguns casos, é preciso começar hoje.

A falta de previsibilidade dificulta o aumento da

base industrial e, consequentemente, as iniciativas

de investimento”, complementa Raul Sanson, vice-

presidente da Federação.

O Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis

(IBP) também defende a medida. Antonio Guimarães,

secretário executivo de Exploração e Produção

da entidade, diz que é preciso construir uma

agenda positiva para tornar o país mais atrativo aos

investimentos das empresas de petróleo e gás. “A

construção dessa agenda positiva passa por vários

elementos importantes, como a criação de um

SETOR DE PETRÓLEO E GÁS PRECISA DE

UMA POLÍTICA INDUSTRIAL ESPECÍFICA

A política específica para o setor deve incluir temas como tecnologia, inovação, recursos

humanos, tributos e financiamentos

Banco de imagem/iStock

calendário fixo de rodadas, a celeridade nos processos

de licenciamento ambiental e a revisão do regulamento

que disciplina a aplicação dos recursos em pesquisa e

desenvolvimento pelas operadoras”, afirma.

Eloi Fernández considera que, no âmbito dessa política

específica, o estabelecimento de percentuais mínimos de

conteúdo local se incluiria como uma ferramenta relevante

e mais eficaz. “O conteúdo local tem papel importante

quando é parte de uma política industrial estruturada na

busca da competitividade. Apenas com o viés de reserva

de mercado, não existe sustentabilidade. Por isso, deveria

incorporar parâmetros de incentivo ao investimento, com

consequente aumento da oferta no país”.

Guimarães também defende a adoção de medidas de

fomento ao conteúdo local como parte de uma política

de desenvolvimento industrial baseada em incentivos,

e não em penalidades. “Governo e empresas devem

investir na criação de capacidade nova para atender à

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MAIO DE 2015 | CARTA DA INDÚSTRIA