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C

MATÉRIA

DE CAPA

Programa de

compliance

é fator de

competitividade para empresas e

instituições de todos os segmentos

econômicos. A adoção de medidas

de governança oferece mais

transparência aos negócios e

reforça compromissos éticos das

corporações. O diretor-executivo

de Relações com Associados do

Sistema FIRJAN, Ricardo Maia, avalia

que o

compliance

é uma prática

que veio para ficar no mercado de

petróleo de gás.

“Na medida que a Petrobras, um

grande demandador de mercado,

exige o cumprimento de regras de

seus fornecedores, isso se replica

para outras empresas da cadeia

produtiva. Outras organizações vão

começar a exigir a mesma coisa.

As empresas vão precisar adequar

seus processos ou podem não

conseguir se manter nesse

mercado”, alertou Maia.

Segundo ele, uma das vantagens de

implantar o processo é conseguir

avaliar falhas na aplicação do Código

de Conduta, tanto nos programas

internos da empresa quanto nas

relações externas: “Como, por

exemplo, na forma de lidar com

contratos, pedidos e entregas”.

O diretor do Sistema FIRJAN alerta

para o fato de haver empresas que

ainda não estão organizadas para

lidar com a nova realidade. “Nas

grandes empresas essa prática

já é antiga, mas nas pequenas e

médias é algo novo. Em muitas

delas, as funções de

compliance

são exercidas pelos próprios donos”,

observou Maia.

APLICAÇÃO NO MERCADO

Renato Bertani, diretor-executivo

da Barra Energia, assinala que não

se trata apenas de uma questão de

COMPLIANCE

,

UMA QUESTÃO DE SOBREVIVÊNCIA

Para a indústria de petróleo e gás, medidas de compliance são fator de competitividade

Banco de imagem/iStock

ética, mas de algo que faz sentido

econômico. “Nenhuma empresa,

seja contratante ou fornecedora,

vai conseguir sobreviver sem a

aplicação de práticas rigorosas de

governança. Atualmente, para uma

empresa ter acesso a capital, é

preciso que ela possua um rigoroso

programa de ética, transparência e

práticas anticorrupção”.

Bertani cita outro impacto

positivo do processo: “Se uma

empresa pretende monetizar parte

ou a totalidade de seus ativos,

provavelmente seus potenciais

compradores irão averiguar se

há um programa de

compliance

implantado. Caso contrário, há

uma tendência de desvalorização

dos ativos”.

Especificamente no caso da

Barra Energia, que tem entre seus

investidores os dois principais fundos

privados americanos voltados ao

setor de energia – o First Reserve e

o Riverstone –, Bertani explica que

a empresa implantou um programa

de

compliance

como parte do

seu modelo de negócios, desde o

primeiro dia de atividade, em 2010.

A organização formal implementa

os programas de

compliance

,

mas a eficácia dos mesmos

depende da liderança que vem dos

administradores. “A Barra Energia

tem um Comitê de Auditoria e

um

Chief Compliance Officer

. No

Board

, (Conselho) há o ouvidor, uma

pessoa à qual todos têm acesso de

“Nenhuma empresa,

seja contratante ou

fornecedora, vai

conseguir sobreviver

sem a aplicação de

práticas rigorosas de

governança"

Renato Bertani

Diretor-executivo da Barra Energia

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OUTUBRO DE 2015 | CARTA DA INDÚSTRIA