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SISTEMA FIRJAN • IFDM • 2015

DESAFIOS E PERSPECTIVAS PARA OS PRÓXIMOS ANOS

Da conjugação das três vertentes – Educação, Saúde, Emprego&Renda – é que se constrói

o desenvolvimento. Em um primeiro olhar, os resultados gerais de 2013 mostram um quadro

estável em Educação e Saúde e um início de deterioração em Emprego&Renda. Mas um olhar

mais amiúde do comportamento das variáveis de cada área de desenvolvimento desperta

dúvidas quanto à continuidade das conquistas observadas até 2013, permitindo inferências do

que se esperar a partir daí.

Entre 2005 e 2013, período que compreende a série histórica do IFDM, a economia brasileira

passou por um momento ímpar. O Produto Interno Bruto (PIB) avançou 35% e o país gerou

quase 16 milhões de novos postos formais de trabalho, com aumento do rendimento médio

em 28%, já descontados os efeitos inflacionários. Esse ambiente econômico foi determinante

para a expansão dos recursos com a arrecadação de tributos para financiamento das políti-

cas públicas (seja via arrecadação própria ou transferências) e, consequentemente, da maior

atuação social dos governos.

De fato, na Saúde houve importantes conquistas nesse período com evolução de 19,3% no

indicador e melhora gradual em todas as variáveis acompanhados pelo IFDM. Pode-se destacar

o percentual de sete ou mais consultas pré-natal por nascido vivo que passou de 51,6% para

61,8% no Brasil, bem como a melhora nos registros de óbitos, cujo percentual de causas mal

definidas caiu pela metade, de 12,0% em 2005 para 6,3% em 2013.

Entretanto, como já mencionado, apesar dos avanços, a Saúde básica ainda não é para todos

os brasileiros. As disparidades de realidades nos extremos do ranking ficam evidentes ao se

comparar a média dos indicadores de saúde dos municípios com baixo

IFDM Saúde

com a das

cidades que já alcançaram classificação de alto desenvolvimento nessa vertente. Enquanto

nas cidades com alto

IFDM Saúde,

75,9% das gestantes vão ao médico mais de seis vezes antes

de ter seu bebê, conforme preconizado pela Organização Mundial da Saúde, nas cidades com

baixo

IFDM Saúde

este serviço atinge pouco mais de um terço das gestantes (36,2%). Do

mesmo modo, nas cidades menos desenvolvidas, um em cada quatro (25,1%) óbitos ocorre

por causas mal definidas, mais de cinco vezes o observado nas cidades mais desenvolvidas

(4,6%), dificultando não apenas os tratamentos individuais, mas também o planejamento e a

execução de políticas preventivas de saúde.

Nesse mesmo período, a

Educação

foi a área do IFDM que mais evoluiu, com alta de 27,9%.

Esse avanço foi sustentado, sobretudo, pelo maior acesso das crianças à Educação Infantil, pela

maior permanência dos alunos do Ensino Fundamental na escola e pela melhor qualificação

dos professores. Para se ter uma ideia, enquanto o percentual de crianças de até cinco anos que

frequentam creches e pré-escolas saltou de 36,3% para 44,7%, a taxa de abandono do Ensino

Fundamental recuou de 7,5% para 2,2%, aproximando-se do nível observado no Chile (1,3%), bem

como o percentual de docentes com nível superior atingiu 79,0%, acima dos 65,7% de 2005.

Em que pese a evolução do indicador até 2013, um olhar mais atento sobre a dinâmica tem-

poral das variáveis que compõem o

IFDM Educação

deixa dúvidas quanto à capacidade do

País em manter o mesmo ritmo de desenvolvimento nos próximos anos.

Avanços sociais ameaçados.