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INOVA | MAIO/JUNHO/JULHO/AGOSTO DE 2015
G
GERAL
CORPORATE VENTURE:
NOVA PERSPECTIVA PARA INOVAÇÃO
Conceito amplamente difundido nas grandes economias
de mercado, o Corporate Venture surge, no Brasil,
como uma oportunidade de inovação e aumento de
competitividade para as indústrias locais. O conceito
tem raízes no
venture capital
, modalidade na qual
investidores aplicam recursos em empresas nascentes
a fim de lucrar com seu desempenho futuro. No
Corporate Venture, no entanto, as empresas são
as investidoras.
Outra diferença está no objetivo, que não se
restringe ao lucro, mas baseia-se no patrocínio de
produtos e serviços distintos à atividade principal da
companhia, ampliando suas oportunidades de inovação.
“As maiores empresas do mundo já aderiram a esse
modelo. É uma tendência muito forte. No Brasil, já
estamos percebendo o valor dele”, avalia Fabiano
Gallindo, especialista em Projetos
Tecnológicos do Sistema FIRJAN.
MODALIDADES
Os investimentos em novos
negócios podem ocorrer dentro
da própria organização, com a
criação de incubadoras e espaços
para fomento de ideias, mantidos
com profissionais e recursos
internos. Se corresponderem
aos resultados esperados, os
projetos podem ser emancipados
e se transformarem em novas
empresas, que serão pertencentes
ao mesmo grupo empresarial.
O Corporate Venture também
compreende o financiamento de
empreendimentos já existentes com potencial de
crescimento. Nesse caso, além de transferir recursos
financeiros, as empresas compartilham seus clientes e
cedem funcionários e tecnologia, a fim de maximizar
o desempenho das companhias em que investem.
Caso essas sejam bem-sucedidas, podem ser adquiridas
pelas investidoras.
Uma das vantagens de se implantar iniciativas como
essa é o baixo risco que elas oferecem. Se obtiverem
resultados positivos, expandirão os negócios da
companhia investidora; mas, se fracassarem, o impacto
é reduzido em virtude de não terem relação com a
atividade principal das empresas.
EXPERIÊNCIAS NO BRASIL
No Brasil, empresas como a Totvs, Votorantim,
Intel, Buscapé, Siemens, Embraer e Telefonica já
aderiram a essa modalidade. A Totvs foi pioneira
nessa modalidade. Em 2013, investiu R$ 3,2 milhões
numa empresa brasileira que desenvolve aplicativos,
a uMov.me, e ficou com 20% do capital da parceira.
“Pelo apoio a empreendimentos que têm, por
natureza, menos a perder com os erros e possuem
facilidade para recriar soluções, o Corporate
Venture representa uma oportunidade de inovação
para o empresariado. Já os pequenos negócios
são beneficiados ao receber recursos dos quais
não poderiam dispor sem um patrocínio, com
a vantagem de manter a autonomia sobre seus
projetos”, explica Gallindo.
Embora crescente a percepção de valor,
CVC* ainda não é visto pelo empresariado brasileiro
como uma importante alternativa para Inovação.
Apesar das iniciativas
e aportes financeiros
em CVC estarem
crescendo, há ainda
poucos players
atuantes.
36,1
5,6
2004
2009
bilhões investidos
(US$)
ALGUNS
PLAYERS
ATUANTES
NO BRASIL
CORPORATE VENTURE NO BRASIL
Fonte: Inventta
*Corporate Venture Capital