PANORAMA NAVAL NO RIO DE JANEIRO 2016
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A recuperação da capacidade da construção naval militar
O projeto de construção das Corvetas Classe Tamandaré constitui-se num projeto ícone para
o segmento industrial, pela oportunidade ímpar de recuperação da capacidade da construção
naval militar no Brasil.
Os benefícios da realização do projeto podem ser analisados sob quatro aspectos principais: a
seleção de estaleiros construtores, o emprego da mão de obra, a incorporação de conteúdo
nacional, e a transferência de tecnologia.
A seleção do estaleiro construtor
A Marinha planeja a contratação de estaleiros nacionais para a construção de navios de baixa
complexidade, como é o caso dos navios auxiliares e navios patrulha. Para a construção de navios
mais complexos, como é o caso das Corvetas Classe Tamandaré, a Força pretende construí-los
empregando as facilidades de seus estaleiros próprios e especializados, notoriamente o AMRJ.
É importante mencionar, primeiramente, que é intenção da Marinha implantar um novo modelo
de gestão no AMRJ, baseado na divisão de atividades: a manutenção e a construção de navios.
Quanto à manutenção, pretende-se manter o gerenciamento das atividades com o AMRJ,
em função da
expertise
estratégica adquirida ao longo de décadas, com possibilidades
de terceirizações específicas de médio prazo para determinadas necessidades, como as
manutenções de motores e turbinas a gás, serviços de eletricidade, tubulações e bombas,
estruturas metálicas etc.
Em relação à construção naval, o modelo prevê a terceirização da construção de navios
por estaleiro qualificado, nacional ou estrangeiro, com a utilização das facilidades industriais
existentes no AMRJ. O modelo de negócios pretendido favorecerá as contratações de médio
e longo prazo, a partir da definição de uma carteira de projetos de interesse da Marinha,
podendo haver margens negociáveis para o estaleiro contratado desenvolver outros projetos
de construção, militar ou não.
Figura 6.
Arsenal da Marinha do Rio de Janerio (AMRJ)