SISTEMA FIRJAN
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Passados 20 anos, os conceitos
e práticas de química verde
ganharam o mercado global. Hoje
considera-se como base do tripé
da sustentabilidade econômica,
social e ambiental, pois busca
soluções preventivas em lugar dos
gastos milionários e sem retorno
financeiro da cura.
Neste período, desenvolveram-se
casos de sucesso em processos
sintéticos, biorrefinarias, na
melhoria da eficiência de processos
catalíticos, na redução do uso de
solventes químicos, em matérias-
primas renováveis de base biológica
em lugar de petróleo, no uso de
bactérias, algas e leveduras para
melhorar a eficiência de processos.
De acordo com a empresa Pike
Research, especializada no
mercado de tecnologias limpas,
o uso de química verde para
Ana Maria E. Oestreich
Consultora de Serviços
Tecnológicos
CTS Ambiental
O ramo da química que propõe o
desenvolvimento de processos e
produtos químicos que reduzam
ou eliminem o uso e a geração
de substâncias perigosas é
conhecido como química verde
ou química sustentável. Esta
modalidade vem sendo apoiada
por cientistas, universidades,
centros de pesquisa, autoridades
ambientais – como a U.S.
EPA, agência de proteção
ambiental norte-americana – e
empresas comprometidas com
o desenvolvimento sustentável.
Baseia-se em 12 princípios
básicos; entre eles, a prevenção na
geração de resíduos, a economia
de átomos, a substituição
de substâncias e processos
produtivos perigosos e a
eficiência energética.
A química verde foi inicialmente
desenvolvida como uma resposta
ao Ato de Prevenção da Poluição
(Pollution Prevention Act) de 1990,
publicado pela U.S. EPA. Nele,
estabelece-se que a poluição deve
ser eliminada já na fase de projeto,
incluindo melhorias mais custo-
efetivas em produtos, processos,
matérias-primas e reciclagem.
Em 1996, a presidência da
república dos Estados Unidos
criou um prêmio para reconhecer
os desafios da química verde,
o chamado Presidential Green
Chemistry Award. Desde então,
a química verde é matéria de
conferências e publicações,
formando uma rede em países
como Reino Unido, Espanha e
Itália. O tema já foi citado para o
Prêmio Nobel em 2005.
O CTS Ambiental está
em negociações com
a Organização das
Nações Unidas para
o Desenvolvimento
Industrial com o objetivo
de implementar um
grande projeto sobre
química verde no Brasil,
que tem como meta
acelerar sua introdução
no conteúdo curricular
e implementar casos de
sucesso em pequenas e
médias empresas
T
TECNOLOGIA
AMBIENTAL
QUÍMICA VERDE:
DEMANDAS E OPORTUNIDADES
determinados setores industriais
crescerá rapidamente nesta
década. Isto porque ela oferece
uma significativa redução de custos
diretos e indiretos, na aquisição de
matérias-primas e na economia
de água, energia e minimização
de resíduos, com consequente
redução de custos relacionados
a penalidades ambientais e
trabalhistas. Enquanto os produtos
verdes ainda têm um custo elevado
para o consumidor final, o mesmo
não acontece com a indústria, que
economiza significativamente com
a química e a engenharia verde.
Segundo a Pike Research, o total
economizado em tecnologias
limpas inteligentes irá alcançar a
casa dos US$ 6,6 bilhões até 2020.
O CTS Ambiental está em
negociações com a Organização
das Nações Unidas para o
Desenvolvimento Industrial (Onudi)
com o objetivo de implementar um
grande projeto sobre química verde
no Brasil, com o apoio do Fundo
Global Ambiental do Banco Mundial
(GEF), que tem como meta acelerar
sua introdução no conteúdo
curricular e implementar casos de
sucesso em pequenas e médias
empresas. Os temas sugeridos são a
eliminação do formol nos produtos
de madeira, a incorporação de
aditivos biológicos em asfalto,
a implantação de projetos
relacionados a biorrefinarias e
a indústria cosmética, entre
outras possibilidades.
Nesse sentido, o CTS Ambiental está
fazendo um estudo das demandas
e oportunidades da química verde
no Brasil, que será utilizado como
base para a formulação do projeto
pela ONUDI. Os interessados podem
nos procurar: (21) 3978-6137 /
aoestreich@firjan.org.br.
SÚMULA AMBIENTAL | FEVEREIRO DE 2015