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SISTEMA FIRJAN

PÁG. 7

Passados 20 anos, os conceitos

e práticas de química verde

ganharam o mercado global. Hoje

considera-se como base do tripé

da sustentabilidade econômica,

social e ambiental, pois busca

soluções preventivas em lugar dos

gastos milionários e sem retorno

financeiro da cura.

Neste período, desenvolveram-se

casos de sucesso em processos

sintéticos, biorrefinarias, na

melhoria da eficiência de processos

catalíticos, na redução do uso de

solventes químicos, em matérias-

primas renováveis de base biológica

em lugar de petróleo, no uso de

bactérias, algas e leveduras para

melhorar a eficiência de processos.

De acordo com a empresa Pike

Research, especializada no

mercado de tecnologias limpas,

o uso de química verde para

Ana Maria E. Oestreich

Consultora de Serviços

Tecnológicos

CTS Ambiental

O ramo da química que propõe o

desenvolvimento de processos e

produtos químicos que reduzam

ou eliminem o uso e a geração

de substâncias perigosas é

conhecido como química verde

ou química sustentável. Esta

modalidade vem sendo apoiada

por cientistas, universidades,

centros de pesquisa, autoridades

ambientais – como a U.S.

EPA, agência de proteção

ambiental norte-americana – e

empresas comprometidas com

o desenvolvimento sustentável.

Baseia-se em 12 princípios

básicos; entre eles, a prevenção na

geração de resíduos, a economia

de átomos, a substituição

de substâncias e processos

produtivos perigosos e a

eficiência energética.

A química verde foi inicialmente

desenvolvida como uma resposta

ao Ato de Prevenção da Poluição

(Pollution Prevention Act) de 1990,

publicado pela U.S. EPA. Nele,

estabelece-se que a poluição deve

ser eliminada já na fase de projeto,

incluindo melhorias mais custo-

efetivas em produtos, processos,

matérias-primas e reciclagem.

Em 1996, a presidência da

república dos Estados Unidos

criou um prêmio para reconhecer

os desafios da química verde,

o chamado Presidential Green

Chemistry Award. Desde então,

a química verde é matéria de

conferências e publicações,

formando uma rede em países

como Reino Unido, Espanha e

Itália. O tema já foi citado para o

Prêmio Nobel em 2005.

O CTS Ambiental está

em negociações com

a Organização das

Nações Unidas para

o Desenvolvimento

Industrial com o objetivo

de implementar um

grande projeto sobre

química verde no Brasil,

que tem como meta

acelerar sua introdução

no conteúdo curricular

e implementar casos de

sucesso em pequenas e

médias empresas

T

TECNOLOGIA

AMBIENTAL

QUÍMICA VERDE:

DEMANDAS E OPORTUNIDADES

determinados setores industriais

crescerá rapidamente nesta

década. Isto porque ela oferece

uma significativa redução de custos

diretos e indiretos, na aquisição de

matérias-primas e na economia

de água, energia e minimização

de resíduos, com consequente

redução de custos relacionados

a penalidades ambientais e

trabalhistas. Enquanto os produtos

verdes ainda têm um custo elevado

para o consumidor final, o mesmo

não acontece com a indústria, que

economiza significativamente com

a química e a engenharia verde.

Segundo a Pike Research, o total

economizado em tecnologias

limpas inteligentes irá alcançar a

casa dos US$ 6,6 bilhões até 2020.

O CTS Ambiental está em

negociações com a Organização

das Nações Unidas para o

Desenvolvimento Industrial (Onudi)

com o objetivo de implementar um

grande projeto sobre química verde

no Brasil, com o apoio do Fundo

Global Ambiental do Banco Mundial

(GEF), que tem como meta acelerar

sua introdução no conteúdo

curricular e implementar casos de

sucesso em pequenas e médias

empresas. Os temas sugeridos são a

eliminação do formol nos produtos

de madeira, a incorporação de

aditivos biológicos em asfalto,

a implantação de projetos

relacionados a biorrefinarias e

a indústria cosmética, entre

outras possibilidades.

Nesse sentido, o CTS Ambiental está

fazendo um estudo das demandas

e oportunidades da química verde

no Brasil, que será utilizado como

base para a formulação do projeto

pela ONUDI. Os interessados podem

nos procurar: (21) 3978-6137 /

aoestreich@firjan.org.br

.

SÚMULA AMBIENTAL | FEVEREIRO DE 2015