19 A 25 DE JUNHO | CARTA DA INDÚSTRIA
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fazendo sua parte, mas é preciso
que o governo aja no sentido de
destravar as oportunidades de
investimento”.
Segundo Carlos Langoni, diretor
do Centro de Economia Mundial
da FGV, para o país voltar a
prosperar, o governo deve
construir uma agenda pós-
ajuste. “É hora de reconstruir
nossa visão de crescimento e
desenvolvimento”, declarou.
Na avaliação de Carlos Roberto
Osório, secretário de Estado de
Transportes do Rio de Janeiro,
as indústrias fluminenses podem
encontrar boas oportunidades
de investimento no setor de
transporte do estado. “A vocação
do Rio é ser o grande centro
logístico do Sudeste brasileiro.
Estamos abertos ao diálogo com
o setor privado e temos todo o
interesse em abrir concessões para
as rodovias estaduais”, afirmou.
Com o objetivo de discutir
a agenda pró-crescimento
do país, o ministro de
Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior, Armando
Monteiro, participou do
seminário “Brasil: Perfil de
Competitividade”, na sede do
Sistema FIRJAN. Na ocasião,
o ministro apresentou as
diretrizes do Plano Nacional
de Exportações (PNE), que
deve ser lançado até o fim
do mês.
O PNE visa aperfeiçoar os
regimes tributários ligados
à exportação e simplificar
as operações comerciais,
entre outros objetivos.
“O comércio exterior tem
de ser um canal permanente
de investimentos. É uma das
melhores formas de estimular
a competitividade. Quem não
exporta, não é competitivo”,
defendeu Monteiro.
O ministro destacou como um
dos principais desafios para
alavancar a competitividade do país
o reposicionamento da política
industrial. “Durante muito tempo
houve uma visão predominante dos
grandes agregados. Nós queremos
ter um foco maior na realidade
das empresas, nas questões de
produtividade e na dimensão da
inovação”, afirmou.
AGENDA DE CRESCIMENTO
O presidente em exercício do
Sistema FIRJAN, Carlos Mariani
Bittencourt, destacou a importância
do Brasil voltar a crescer: “Nos
últimos 15 anos, a economia
brasileira tem crescido a uma taxa
inferior à observada nos países
emergentes. A indústria vem
MINISTRO ARMANDO MONTEIRO DEBATE
COMPETITIVIDADE COM EMPRESÁRIOS FLUMINENSES
Guarim de Lorena
Fernando Blumenschein,
economista da FGV Projetos,
apresentou no seminário o
estudo “Perfil da Competitividade
Brasileira”. O levantamento avaliou,
por regiões e microrregiões, 14
dimensões que afetam diretamente
a competitividade do país e a
vulnerabilidade de 54 setores
produtivos às taxas de câmbio e à
carga fiscal. Para o economista, os
resultados revelam desigualdades
regionais acentuadas no país
e, ao mesmo tempo, apontam
para potenciais de crescimento.
“Existem concentrações, mas
também diferenças muito grandes
entre as microrregiões. O governo
precisa identificar essas regiões
e investir no desenvolvimento”,
apontou o economista.
O seminário aconteceu em 8 de
junho e foi realizado em parceria
com a Fundação Getúlio Vargas, o
jornal Valor Econômico e a revista
Financial Times.
Carlos Mariani Bittencourt, Armando Monteiro e Carlos Langoni, em seminário na FIRJAN