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3 A 9 DE JULHO | CARTA DA INDÚSTRIA

PÁG. 3

CARTA DA INDÚSTRIA –

Como avalia o potencial

competitivo do Brasil na indústria de petróleo e gás?

JORGE CAMARGO –

O Brasil tem duas vantagens

comparativas formidáveis: uma é o seu potencial

exploratório. No país foram feitas 40% de todas as

descobertas do petróleo convencional do planeta nos

últimos 10 anos, em virtude da potência extraordinária

do pré-sal, que no aspecto econômico é altamente

robusto. Mesmo que o petróleo fique nesse patamar de

U$S 40/50 por barril, que aparentemente é o consenso

de mercado, o pré-sal ainda assim é competitivo. A

segunda vantagem é a capacidade tecnológica que

existe hoje no país. Uma demonstração disso foi a

premiação da Petrobras na OTC Houston este ano. A

empresa foi vencedora da categoria OTC Distinguished

Achievement Award for Companies, Organizations and

Institutions, considerado o Oscar da tecnologia mundial

offshore. Há 30 anos, desde o início das atividades na

Bacia de Campos, o Brasil vem se tornando um polo de

inovação e desenvolvimento de tecnologia. Com isso,

traduzimos duas características: por um lado, reservas

fabulosas, de no mínimo 30 bilhões de barris a serem

desenvolvidos, e economicamente competitivas; do

outro lado, a capacidade de execução. Juntar essas

duas qualidades em um só país nos dá uma vantagem

muito grande.

CI –

Quais são os caminhos para as indústrias da

cadeia produtiva do setor superarem esse momento

de crise?

JC –

Nós acreditamos que a indústria do petróleo

é uma das que têm as mais amplas condições de

fazer essa agenda pós-ajuste, com a retomada de

investimentos e a geração de empregos, com o mínimo

de esforço. A agenda prioritária do IBP contempla

medidas de aperfeiçoamento dos agentes regulatórios,

que fazem mais sentido agora, pois estamos passando

por esse momento de fim de ciclo. A indústria de

petróleo e gás tem muito a contribuir para o novo ciclo

de crescimento.

CI –

Qual é a importância de uma regularidade dos

leilões exploratórios?

JC –

Toda a cadeia de petróleo depende do leilão

exploratório. Por isso precisamos colocar essa

questão como um dos cinco pontos da nossa agenda

prioritária. É importante que eles sejam mantidos, sejam

regulares, para que você não desmobilize todas essas

empresas e equipes de acionistas, que precisam estar

constantemente avaliando novas áreas e empresas de

equipamentos e serviços para essa fase de exploração,

onde começa a indústria de petróleo.

CI –

O Sistema FIRJAN firmou um convênio com o

IBP na OTC Houston 2015. Qual é a importância dessa

parceria?

JC –

A FIRJAN e o IBP têm muita complementaridade.

A Federação tem um sistema de educação muito

importante para formar mão de obra. Por outro lado, o

IBP tem empresas que precisam dessa mão de obra. Essa

parceria tem o intuito de juntar essas duas competências

em prol do desenvolvimento da indústria de petróleo.

Divulgação/IBP

Na Offshore Technology Conference

(OTC) 2015, realizada em Houston

(EUA), o Ministério de Minas e Energia

anunciou a 13ª rodada de licitação de

Blocos Exploratórios de Petróleo e Gás.

Para discutir o papel dos leilões e como

o Brasil pode se tornar mais proeminente

no segmento de petróleo e gás, a Carta

da Indústria entrevistou

Jorge Camargo

,

presidente do Instituto Brasileiro de

Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP).

PERSPECTIVAS

PARA O SETOR DE PETRÓLEO E GÁS

E

ENTREVISTA