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25 DE SETEMBRO A 1º DE OUTUBRO | CARTA DA INDÚSTRIA
E
ESPECIAL
DEFESA DO SISTEMA S:
FIRJAN MOBILIZA A SOCIEDADE
Em menos de uma semana,
mais de 30 mil pessoas já aderiram
à campanha do Sistema FIRJAN
contra o corte de 30% dos
recursos destinados ao Sistema
S. “Esta medida, inconstitucional,
vai mexer com mais de 1 milhão
de pessoas, incluindo as famílias
impactadas. Concretamente, aqui
no Rio, a medida inviabiliza
a operação do SESI e do
SENAI”, ressalta o presidente do
Sistema FIRJAN, Eduardo Eugenio
Gouvêa Vieira.
De acordo com o presidente, se
as medidas forem levadas adiante,
juntamente com alterações na Lei
do Bem – que concede incentivos
fiscais a empresas que realizam
pesquisa e desenvolvimento de
inovação tecnológica –, para
o Rio de Janeiro significaria
inviabilizar o funcionamento das
160 unidades, fixas e móveis, do
SESI e do SENAI. Além disso, são
mais de 450 pontos espalhados
pelo estado, que oferecem
milhões de atendimentos por
ano em áreas como Educação,
Esporte, Cultura, Lazer e Saúde.
No SESI Rio, por exemplo, a
estimativa é que, com a redução,
tenham que ser suspensos 320
mil exames e consultas médicas e
odontológicas.
IMPACTOS NO SETOR
PRODUTIVO
Todos os empresários ouvidos
pela Federação também
demonstraram perplexidade,
além de grande preocupação
com o futuro do SESI e do SENAI,
caso o governo mantenha sua
posição. Para Carlos Fernando
Gross, presidente do Sindicato
da Indústria de Produtos
Farmacêuticos do Estado do Rio
de Janeiro (Sinfar-RJ), a medida é
absurda. “O trabalho desenvolvido
pelo Sistema S, em todo o Brasil,
é de suma importância e tem que
ser preservado. Temos certeza
que os parlamentares entenderão
nosso apelo e não vão permitir
que a sociedade seja ainda mais
prejudicada. As consequências
negativas são imensuráveis”,
concluiu Gross, que também é
vice-presidente da FIRJAN.
Responsável pela qualificação
e capacitação de milhares de
pessoas, o SENAI representa
uma oportunidade de ingresso
no mercado de trabalho. Em
2015, mesmo em cenário de
retração da economia, o índice de
empregabilidade dos estudantes
dos cursos ficou em 60%.
O presidente da Concremat,
Mauro Viegas Filho, afirma que
é importante negociar nesse
momento para evitar que o corte
tenha consequências ainda mais
negativas para a indústria. “O país
está numa situação muito difícil.
É claro que toda a sociedade
tem que colaborar, juntamente
com o governo, para que haja
melhora na situação econômica.
É importante haver uma
negociação, considerando que
o Sistema S é fundamental para
a formação de profissionais para
a indústria do país. Se o governo
quebrar isso, estará aniquilando
nosso setor produtivo”, ressalta o
empresário, que também preside
o Conselho Empresarial de
Infraestrutura da FIRJAN.
Fernando Cancella, presidente
do Sindicato da Indústria de
Instalações Elétricas, Gás,
Hidráulicas e Sanitárias do
Estado do Rio de Janeiro
(Sindistal), afirma que o prejuízo
na capacitação será enorme. “O
setor de instalações do Rio de
Janeiro emprega um enorme
contingente de profissionais
oriundos do SENAI. A redução da
oferta de treinamento e formação
de profissionais irá trazer um
retrocesso na qualificação da mão
de obra que o setor absorve”.
Alunos em laboratório do SENAI Rio: capacitação de profissionais para a indústria é
uma das áreas que será impactada pelo corte de verba proposto pelo governo
Guarim de Lorena