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25 DE JANEIRO A 7 DE FEVEREIRO DE 2016 | CARTA DA INDÚSTRIA

A

ARTICULAÇÃO

a perda de arrecadação para o

próprio estado. “Entendemos

que o governo do Rio de Janeiro

está enfrentando uma crise fiscal

gravíssima, mas penalizar um

setor sobretaxado significa sufocar

qualquer possibilidade de reação por

parte da indústria fluminense”, afirma

o presidente do Sistema FIRJAN,

Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira.

“A solução está, como defendemos

desde sempre, na adoção de

medidas que apontem para um

ajuste fiscal permanente. E estamos

sempre abertos para o diálogo

com o governo e com toda a

sociedade para buscarmos saídas

conjuntas dessa crise”, defende

Eduardo Eugenio.

AÇÕES

O Sistema FIRJAN afirma

que as novas taxas ferem as

Constituições estadual e federal,

por terem finalidade meramente

arrecadatória. As medidas jurídicas

adotadas pela Federação incluem

entrar com representação de

inconstitucionalidade no Tribunal de

Justiça do estado e com mandados

de segurança em primeira instância,

e solicitar à Confederação Nacional

da Indústria (CNI) que, como

representante da indústria de todo

o país, proponha Ações Diretas de

Inconstitucionalidade (Adins) no

Supremo Tribunal Federal (STF).

“Essas novas leis aumentam ainda

mais o custo e trazem insegurança

jurídica para a indústria, dois

aspectos extremamente prejudiciais

para o ambiente de negócios,

principalmente levando-se em conta

o momento da economia. Além

disso, são medidas imediatistas.

Temos um problema que precisa

ser sanado através de soluções

O Sistema FIRJAN decidiu lançar

uma ofensiva na Justiça contra

o pacote tributário aprovado

pelo governo estadual junto ao

Legislativo, que entra em vigor

em março. Para a Federação,

são inconstitucionais as leis que

criam a Taxa Única de Serviços

Tributários da Receita Estadual, a

Taxa de Fiscalização de Petróleo

e Gás e a Taxa de Fiscalização de

Energia Elétrica, além de alterar

partes da alíquota do Fundo

Estadual de Combate à Pobreza e às

Desigualdades Sociais (FECP). Além

disso, o aumento da carga tributária

compromete ainda mais a situação

das empresas do estado do Rio de

Janeiro, num cenário econômico

recessivo sem perspectivas de

melhoras no curto prazo.

Segundo dados da Federação, a

indústria do Rio viveu em 2015 um

período crítico: o nível de atividade

foi o menor em 12 anos. Quase

todos os setores apresentaram

queda e os reflexos no mercado de

trabalho foram imediatos, com 46,2

mil postos de trabalho fechados.

O aumento e a criação de novos

tributos resultam no desestímulo

às atividades formais, gerando

SISTEMA FIRJAN VAI À JUSTIÇA

CONTRA PACOTE TRIBUTÁRIO DO RIO DE JANEIRO

estruturadas”, diz o presidente do

Conselho de Assuntos Tributários da

FIRJAN, o empresário Sergei Lima.

A Federação destaca que o

aumento da carga tributária com

esses tributos pode chegar a R$ 4,2

bilhões em 2016. Isso significa que

cada cidadão fluminense terá

que pagar, em média, R$ 256,90

a mais em impostos por ano. A

FIRJAN lembra que somente a

indústria de transformação já

contribui com 45% de tudo o que

produz, algo incompatível com a

retomada de investimentos em

um momento de margens de lucro

em queda vertiginosa.

O pacote inclui, ainda, a criação

de Imposto sobre Circulação de

Mercadorias e Serviços (ICMS)

sobre Operações de Circulação

de Petróleo, que terá impacto

de mais R$ 15 bilhões na carga

tributária em 2016. O Sistema

FIRJAN vai apoiar as entidades

setoriais, que já manifestaram a

intenção de contestar na Justiça a

constitucionalidade da medida.

“Penalizar um setor

sobretaxado significa

sufocar qualquer

possibilidade de reação

por parte da indústria

fluminense”

Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira

Presidente do Sistema FIRJAN

“Essas novas leis

aumentam ainda

mais o custo e trazem

insegurança jurídica

para a indústria, dois

aspectos extremamente

prejudiciais para o

ambiente de negócios”

Sergei Lima

Presidente do Conselho de Assuntos

Tributários da FIRJAN