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22 DE AGOSTO A 4 DE SETEMBRO DE 2016 | CARTA DA INDÚSTRIA
Pela primeira vez desde 2006, as
exportações de bens industrializados
no estado do Rio superaram as de
produtos básicos, conforme aponta o
boletim Rio Exporta, elaborado pelo
Sistema FIRJAN. O resultado, referente
ao primeiro semestre deste ano, se
deve ao aumento de 11% nas vendas
externas de bens manufaturados, que
impulsionaram as exportações da
indústria fluminense, associado a um
recuo de 36% nos produtos básicos,
puxado pela menor cotação do
petróleo no mercado internacional.
Os setores que mais influenciaram
o resultado foram Máquinas e
Equipamentos; Veículos Automotores
e Equipamentos de Transporte. Já
a soma geral das exportações no
primeiro semestre caiu 19%, de
acordo com o Rio Exporta. “Esse
resultado foi causado pelo recuo da
receita de exportação da indústria
de Petróleo e Gás (34%), que sofreu
impacto da queda do preço do barril
no mercado internacional, mas está
exportando em maior quantidade
(8%)”, avalia Claudia Teixeira dos
Santos, especialista em Comércio
Exterior da FIRJAN Internacional.
REFORMAS NECESSÁRIAS
Para o segundo semestre, entretanto,
essa participação pode não se
manter, segundo projeções de José
Augusto de Castro, presidente da
Associação de Comércio Exterior do
Brasil (AEB). Ele estima que a venda
de bens industrializados fluminenses
feche o ano em cerca de US$ 6,3
bilhões, ante US$ 7,5 bilhões de
produtos básicos. Ou seja, o avanço
esperado é para os bens primários.
Para reverter a tendência prevista pela
AEB para os bens industrializados,
Castro diz que o Brasil precisa fazer
as reformas nas áreas tributária,
previdenciária e trabalhista, além
de investir em infraestrutura.
A taxa de câmbio, em novo
patamar, não impactará o segundo
semestre. “Quem fechou contrato
recentemente – geralmente o
prazo do contrato é de seis meses
– não terá impacto em 2016. Nosso
problema é para 2017”, analisa.
Marco Saltini, diretor de Government
& Institutional Relations da MAN
Latin America, está mais otimista,
especialmente para o segmento
automotivo, que tende a fortalecer
a relação comercial com os países
para os quais o Rio já exporta, como
a Colômbia.
EXPORTAÇÕES FLUMINENSES DE INDUSTRIALIZADOS NO 1º SEMESTRE
SUPERAM PRODUTOS BÁSICOS PELA PRIMEIRA VEZ EM 10 ANOS
C
COMÉRCIO
EXTERIOR
Entretanto, ele concorda que é
preciso implementar reformas para
melhorar o ambiente de negócios.
“Há aspectos que podem melhorar
as condições de exportação, como
o Reintegra (que prevê recuperação
de parte dos impostos da cadeia
produtiva para as exportações). Hoje
o reembolso está em 1%, mas pode
chegar a até 5%. Isso melhoraria”,
finaliza. Garantir a previsibilidade do
mecanismo do Reintegra é
uma das propostas da FIRJAN,
contida no Mapa do Desenvolvimento
do Rio, para simplificar e reduzir a
carga tributária sobre as exportações.
Acesse o boletim Rio Exporta em
http://bit.ly/2aFgz2p.DESTAQUES DO SEMESTRE NO ESTADO DO RIO
US$ 3,1 bilhões
AUMENTO DE 11%
balança comercial
EQUIPAMENTOS
DE TRANSPORTE
9%
PRODUTOS
DE BORRACHA
6%
VENDAS DE
MANUFATURADOS
US$ 6,3 bi
IMPORTAÇÕES
US$ 815 MILHÕES
SALDO POSITIVO
US$ 7,1 bi
EXPORTAÇÕES
MÁQUINAS E
EQUIPAMENTOS
115%
VEÍCULOS
AUTOMOTORES
42%