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10 A 23 DE JULHO DE 2017 | CARTA DA INDÚSTRIA
N
S
O
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C
MATÉRIA
DE CAPA
O acesso à energia elétrica com
qualidade, segurança e preço justo
é um dos fatores primordiais para
a competitividade da indústria.
Para isso, é necessário implantar
medidas que promovam melhorias
na oferta e, principalmente, na
qualidade do insumo. Esse foi um
dos pleitos prioritários do Mapa
do Desenvolvimento 2016-2025
e em todas as dez Agendas de
Desenvolvimento Regional.
Uma companhia que retrata a
importância da energia elétrica
no processo produtivo é a Santo
Antonio Mineração, localizada na
Baixada Fluminense. A ocorrência
de interrupções no período da
manhã chega a paralisar até um
dia de produção, gerando uma
perda de R$ 100 mil, segundo o
diretor comercial da indústria,
Paulo de Tarso.
pontuou Tarso, que é coordenador
da Comissão de Energia da
Representação Regional FIRJAN/
CIRJ na Baixada Fluminense I.
Estudo recente da FIRJAN aponta
que, na média, houve piora na
qualidade da energia elétrica no
estado nos últimos cinco anos,
com aumento das horas e das
interrupções do fornecimento. Em
2016, os municípios fluminenses
registraram média de 25,45 horas
sem energia elétrica em função
da ocorrência de 12 interrupções
médias ao longo do ano. Reverter
esse quadro significa tornar o
estado do Rio mais competitivo,
além de aumentar a atratividade
para novos investimentos.
Rodrigo Porshe, engenheiro da
Nissan, lembra que a melhoria da
qualidade da energia é um antigo
pleito do Cluster Automotivo do
Sul Fluminense. Segundo ele,
a região tem um alto índice de
descargas atmosféricas, o que
prejudica o sistema: “Temos muito
problemas com a distribuição
por cabos não subterrâneos. Por
conta da queda de uma árvore,
por exemplo, ficamos horas com a
produção parada”.
A fim de contribuir com a melhoria
da qualidade da energia elétrica
para o setor produtivo fluminense,
a Federação propõe a adoção
de medidas como a criação de
indicadores que permitam a
mensuração das interrupções
abaixo de três minutos e também
os afundamentos de tensão,
perdas de energia sem que haja
interrupção no fornecimento.
As propostas atendem às
Agendas Regionais do Mapa do
Desenvolvimento.
Ele destaca que, além das perdas
de produção, as interrupções
provocam aumento de custos:
“Os equipamentos mecânicos
têm um sistema de segurança que,
com as variações, automaticamente
os desarmam para protegê-los”.
Tarso explica ainda que uma
variação na corrente de energia,
mesmo sem a interrupção no
fornecimento, faz com que a fábrica
leve de uma hora a um dia inteiro
para retomar a operação. Ciente
desses impactos, a FIRJAN defende
que sejam adotados parâmetros
mais rigorosos no monitoramento
da qualidade da energia.
“Tínhamos, no passado, uma
média de quatro suspensões de
fornecimento no mês. Houve
uma melhora após mudarmos a
subestação à qual pertencíamos,
mas ainda há muito a ser feito”,
QUALIDADE DA ENERGIA ELÉTRICA NO ESTADO DO RIO
É MOTIVO DE PREOCUPAÇÃO PARA INDÚSTRIA
Fonte: Sistema FIRJAN
HORAS SEM ENERGIA ELÉTRICA POR MUNICÍPIO EM 2016
0 a 10,99
10,99 a 15,99
15,99 a 20,99
20,99 a 30,99
Mais de 30,99